UM HOMEM CHAMADO BEN

UM HOMEM CHAMADO BEN

Quando criança escrevia poemas e outros textos na escola. Sempre foi bem em redação. Ben Gostava de inventar histórias, que pareciam realidade, mas tudo apenas uma ficção. Era criticado na escola e às vezes até em casa. Ninguém o valorizava, exceto uma professora, o qual anos mais tarde fez-lhe uma homenagem em forma de poema, com o em título: Um anjo chamado Olga. Logo saiu da escola, porque precisava trabalhar na roça e ajudar seus pais.

Os anos se passaram. Ben construía uma família. Por um lado era feliz, mas não tinha o apoio naquilo que gostava de fazer, ou seja, escrever. Mesmo assim, participou de um concurso literário na empresa onde trabalhava, sendo bem classificado. Isso o empolgou para participar em outros, mais outros... e na maioria das vezes na classificação aparecia seu nome em primeiro ou segundo lugar.

Com a idade já vinte anos, foi para a cidade e entrou numa escola. Começou no terceiro ano do primeiro grau, antigo Primário. E dali não parou mais, enquanto não fez um curso universitário. Concluiu a faculdade, mas devido à falta de prática e de oportunidade, não conseguiu trabalho na área que se formou. Trabalhou em várias funções, inclusive de vigia e porteiro de edifício. Por mais que muitas vezes era humilhado por patrões e até moradores do prédio, nunca reclamou. Sabia que sua vez ia chegar. Através de concurso público, tornou-se servidor público do Estado onde morava. Nas horas vagas escrevia poesias, contos, crônicas... mas ninguém sabia do seu talento. Pesquisou um lugar em que pudesse publicar seus escritos. Não tinha recursos financeiros para editar um livro, que era um dos seus grandes sonhos.

Num site de literatura conheceu, mesmo que virtualmente, alguns amigos que o incentivaram. Dentre vários, uns poucos se tornaram tão íntimos, que eram mais que irmãos. Com esses, Ben poderia contar suas tristezas e alegrias. Companheiros literários, que se alegravam com suas vitórias e se entristeciam com alguma aparente derrota. Sorriam juntos mas também choravam juntos...

Um dia projetou em seu coração lançar um livro de poesias. Já estava tudo pronto. Pediu a uma amiga escritora que fizesse o prefácio, o qual com muita alegria aceitou. “ – Pra mim é uma honra muito grande”, disse a literata.

Pediu para outros amigos poetas e poetisas que lhe fizessem um depoimento pra incluir na obra. Aceitaram com satisfação. Pra eles seria um orgulho. Em sua mente tinha outros livros, alguns de cunho religioso, mas o primeiro: o livro de poesias. Assim queria ficar conhecido com seus escritos. Continuou participando de concursos literários e algumas vezes era bem classificado.

Seu primeiro livro foi editado. Um sonho realizado. Conseguiu alguns patrocínios. Fez tudo o que era necessário. Euforia total... noite de autógrafos...

Convites foram surgindo pra participar de eventos, entrevistas e outros. Foi chamado para um programa de televisão em rede nacional. Deu uma entrevista. Esta foi vista em outros países por TV a cabo e internet. Com isso os pedidos foram tantos que teve de traduzir seu livro em vários idiomas. Foi uma tiragem tão grande... O número de vendas aumentava cada vez mais e outros livros foram editados. Ficou nacional e internacionalmente conhecido. Esse é o homem chamado Ben.

(Christiano Nunes)