Balões

É de se esperar que, quando a vida vai se esvaindo como um grande balão furado, o indivíduo procure repouso numa aventura comprometedora. Depois de aventurar-se, depois de enchido novamente o balão remendado, tende-se a sofrer alguma nova avaria ao longo do tempo. Neste momento, recorre-se a outra aventura perigosa. Porém, depois de tantos remendos, um simples chacoalhar do balão faz com que se escute um grande estouro, e uma infinidade de pequenos pedaços espalham-se sobre a terra, logo mais socados por pisadas cruéis.

O baloeiro vai, atiçando seu fogo eterno, enchendo novos balões, dando forma e tristeza àquelas criaturas esféricas. Um menino travesso, porém, com um palito, vai estourando os balões que não se arriscaram a voar sem amarras, apesar de que mesmo livres, correm o risco de se chocarem contra o arrame farpado, suspenso sobre os grandes muros, e a cesta ficar presa para o lado de dentro da fortaleza.

Tom Lazarus
Enviado por Tom Lazarus em 13/02/2012
Reeditado em 14/02/2012
Código do texto: T3497337
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