Percepção Sórdida

A tua crueza afoita, teu jeito tolo e insensato de sorrir com o puro sadismo que cintila em seus olhos é a morte. Um algoz de voz potente, em sua falsa cordialidade, mantém um ferino e sagaz animal nas entranhas, e mata quem te cerca sem esforço ou pena.

As garras de um homem que tem falicamente empunhado seu cetro de poder, um lugar, um titulo, um ser de tão vazio de essência ecoa em sua alma um eterno gemido, a criança sufocada pela sede de poder, em suplicas, desvanece dentro de si.

Diga então do um ser insosso que segue a levar os dias com prazeres superficiais, auto afirmações mesquinhas, e ser, simplesmente, o caricato “semblant” de um busto milenar, falsificação barata de um artista de bar, basta observar suas nuances para entrever a sua face por trás das máscaras.

Como uma praga que a tudo mata a seu redor, parece um parasita, que mantêm o vigor espalhando a morte, que prolifera a partir da desgraça alheia. Quantos castiçais seria necessárias para clarear suas trevas? Quantas vozes gritando para te trazer do narcótico sono de futilidade, qual antídoto cura seu mal intrínseco em carne e alma?

E eu morro duas vezes ao respirar o seu ar, de ver seu rosto falso e sua voz adocicada e venenosa, com asco de arrepiar a superfície da pele, este seu modo repugnante de se mover de um lado a outro, um cavaleiro de armadura de papel, um louco que delira em mundo particular de grandeza e nobreza.

Ver, pior é ver a languidez mórbida de ressecar a seu redor, perceber que todos se infectam com sua substancia lodosa, nadando na podridão sórdida, ai de mim que sinto a superfície dos cabelos e pele começarem a se tornar ásperas com a proximidade, envelheço meses a cada dia por ser sugada sem piedade por um buraco negro...

Espero, no silencio da noite, que algo me salve desta morte, em que me vejo encurralada, como um roedor, sendo a única, que dentre cegos percebe a névoa cinzenta que consome a todos. E morro, a cada respiração, e cada batida de meu coração é menos uma, perde o tom, e a vida se esvai como se sugada, e a esperança se apagando como a chama de uma vela...

T Sophie
Enviado por T Sophie em 31/07/2012
Reeditado em 07/08/2012
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