O conto

Entramos agora na mente doentia de uma jovem, que vive, sonha e tem crenças, porem que não passa de uma personagem de um alguem que a inventa, que lhe atribui tudo o que sua alma criadora tem vontade. Talvez quem escreve sofra apenas da angustia, que se confunde com uma estranha certeza, de sua propria historia estar sendo escrita por alguem maior...

Levantando assustada na terceira noite consecutiva, coração disparado, corpo suado, zumbido forte na cabeça, sabia como terminava a noite, e era isso que tanto temia, desejava até mesmo a morte ao inves de suas visões confusas, era uma Sibila contemporânea?

Seu silêncio, já visto como algo normal, era uma forma de protesto em relação ao seu abandono, tinha pais presentes, amigos sinceros, muitos "fãs", mas ainda faltava a explicação para o que acontecia a ela! Algo que justificasse seus sentimentos intensos e enlouquecedores, sua sensibilidade ao sobrenatural, tudo que a inflamava de repente sem explicação.

Caminhar pela rua, algo que a todos é comum, pois proporciona uma paisagem, que por mais rotineira que seja, é calma, mas no seu caso era um misto de realidade e loucura, via rostos, ouvia vozes, sentia cheiros, tinha sido condenada...

Acordou, era de manhã, mal podia acreditar, o sol que entrava pela janela estava tão normal! Mas quando foi até a janela ao inves da estrela magna viu um grande olho, as nuvens eram suas sobrancelhas, e o ceu era a extensão de uma pele azulada, se escondendo dentro do quarto, foi para debaixo da cama. Notou então seus braços ensanguentados, o chão coberto de vermes, o ar com um cheiro putrido, a loucura tomando conta de seus olhos e sentidos, chegara ao extremo!

Tremendo compulsivamente deixava as lagrimas rolarem, nem sentia mais seu coração...

Mãos fortes a seguraram, os pais estavam chorando, mas olhavam com pena em um silêncio dilacerante, ela era levada para longe, nem sabia para onde, a partir dali seu rumo era ignorado...

No hospital podia vê-la, sim a dona do sol, ou melhor do olho que substituia o sol, ela vestia um jaleco branco, sorria amigavelmente enquanto acariciava seus cabelos negros:

-Durma minha querida, quando acordar te darei ilusões incriveis, te encherei de tudo que não tenho, te darei a chave do mundo, te ninarei nos meus braços minha pequena cria...

Adormeceu então...

T Sophie
Enviado por T Sophie em 06/03/2007
Reeditado em 07/03/2007
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