Pássaro em Guerra

Enquanto no canto de desespero vejo através das grades sinto-me assustado com medo muito barulho, luz, estrondo ao longe, mas perto, cada vez mais perto.

Não penso em nada estou quase sem forças sem chão sem direção.

Estou preso ainda não intendo o que fiz para estar aqui nessas grades tudo que peço é paz, confesso no meu canto de dor, dor do outro morrendo aos poucos ouço gritos, tiros, pedaços no chão, farrapos na contra mão do destino. Sem forças tento bater nas grades, mas não consigo, o meu canto de solidão acalenta o soldado perdido ferido aquele que vejo quase desfalecido e num momento clama por meu canto o meu canto que também é de dor.

Ouço gritos, muitos soldados limpando... O que ficou? Último tiro a guerra acabou acertou as grades cai achei que estava morrendo, por sorte a porta da gaiola arrebentou, pude com muita vontade e pouca força voar, livre. Livre como um pássaro um pássaro que eu sou agora sem grades voando e pousando. Pousei num lindo sino, escutei ainda com medo um som não de dor um som profundo era meus batimentos senti estar vivo.

Voei para o encontro, o encontro com a paz e com o amor.

Mais adiante pousei no meu destino, o futuro eu não sei, até onde minhas asas baterão...

Só sei que agora meu canto encanta de galho em galho de vez enquanto pensando naquele soldado ali no chão com sua arma na mão me implorando por uma ultima canção sem saber que também eu era uma pássaro guerreiro , lutei não na guerra dos homens vista pelas grades , mas lutei até minhas asas não aguentar mais. Quem disse que pássaro não pensa, não sofre, não luta estou eu aqui para contar, vi a guerra começar e vi acabar através das grades também vi um soldado num momento de dor sabendo que aquele canto o encantou e ele estava morrendo com lágrimas nos olhos. Estou livre posso voar, mas que pena muitos eu vi matar e muitos eu vi morrer nessa guerra de humanos. Hoje acabou e voando posso dizer que estou feliz por viver!

E o gesto verde e cantante das ramas trompete, tiros e continência, bandeira branca da paz hasteada junto a bandeira da pátria mãe querida para aquele soldado que morreu honrando sua pátria sua mãe por sua amada que deixou para trás...

Belo e fecundo, ao sol da esperança meu canto hoje é bonito aberto sem dor, aberto sem pranto aberto para o mundo, aberto e livre como um pássaro que eu sou.

No meu canto peço a todos os seres humanos paz e amor! Deixem os pássaros livres!

Autora Andréia Sineiro

Valença RJ 30/01/2014

Este conto Pássaro em Guerra escrevi através de uma poesia que tinha feito uns dias atrás ( Pássaro Guerreiro) Tinha em minha mente esse texto mas quis primeiro transformar em poesia depois tentei descrever por que dessa poesia em numa guerra de humanos que esqueceram um pássaro engaiolado em meio a tiros bombas sangue e mortes e ele ali tentando também sobreviver da sua maneira....Cada uma entenderá de uma forma, mais como meu imaginário vai muito além espero de consigo passar algo bom para todos! Muitos dizem que é na dor que aprendemos mesmo sabendo que ninguém quer passar por nenhuma dor nesse nundo.

Andréia Sineiro
Enviado por Andréia Sineiro em 31/01/2014
Reeditado em 04/09/2014
Código do texto: T4672660
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