Conserto
Ele se foi... Percebera o caminho que percorrera, os precipícios que se avolumavam perante os olhos, as luzes da cidade não mais lhe agradavam, precisava arrumar sua mala, enchê-la com suas velhas roupagens e partir.Foi em busca do conserto de algo que o aterroriza, conhece os caminhos de sua inspiração, sabe acessar os fluxos de orações e interligar-se na luz para despejar suas insatisfações.
Olhou o tempo, escutou as palavras sopradas pelo vento, percebeu que seu elo estava por um fio e o seu brilho próprio se ofuscando.
Ele se foi... Procura o seu Senhor, pois é servo e todo servo nasce para servir, nascera depois de velho e já rasgara as velhas roupas e nas cascatas de luz se banhou.
A vida e a verdade foi-lhe revelada, como um cego que passou a enxergar.
Para o servo não existe vontades a não ser aquela do seu Senhor, a sua pré-disposição em servir piscou neste ponto feito lâmpada frouxa do bocal.
Necessita partir, antes que um curto venha à tona e apague a lâmpada do seu coração.
Vive como equilibrista pisando nas alturas, não sabendo ao certo se vai chegar.
A sabedoria e a tolice são primas distintas e brigadas, quais escrevem roteiros e sentenças sobre nós.
Ele se foi...