Running In The Fields of The Lord (Under a Blood Red Sky)

Algumas histórias são escritas com tinta de caneta. Outras, com sangue. Outras, com lágrimas (de anseio, de dor, de emoção, de felicidade etc.). Outras histórias, ainda, sequer foram escritas -- ou porque perderam-se no inverno das eras, congelando-se; ou porque foram embora com seus protagonistas.

A história que eu pretendia contar não caberia aqui. Levaria muitos dias para ser escrita. Consumiria muito do tempo de meus leitores. Mas... Permitam-me, por ora, dizer algumas coisinhas sobre ela.

Outro dia, um viajante no tempo me disse que a gente -- eu, tu... eles, temos muuuitas histórias para contar. E, entre outras razões, esta, justamente esta, é uma das maiores -- senão a maior entre todas as outras -- delas: o fato de o ser humano ter uma história para contar. "A história humana é um narrativa longa, sem fim. Que desafia a morte", disse-me o tal viajante. Não duvido disso por nada nesse mundo. A mim, o cara tá falando a verdade. E como! Habitante de outra dimensão, o Viajante, sempre que possível, aparece em nosso mundo para dar uma espiadinha em nosso tempo. "Vocês são incríveis! Tem todo um aparato tecnológico, exímios programadores de computador, líderes políticos meio atrapalhados, pessoas comprometidas de corpo e alma com a tarefa de educar os mais jovens, entre tantos outros exemplos de gente. Só não entendo como, mesmo com tanta coisa, ainda não consigo se entender. Da época em que venho, Amigo, não se entende o que significa a palavra "guerra": a gente nunca teve contato com algo assim..."

E continuou seu discurso de espanto sobre os nossos costumes, nossas culturas... O que eu gostaria, por ora, era, se possível, de citar umas coisas interessantíssimas de que ele comentou acerca da poesia, das artes e... do Amor:

"Amigo, você têm poetas. Escritores de coração repleto de ideias, de sentimentos vários. Vocês têm pintores. Têm músicos, cantores. Atores... Meu povo gostaria de vir aqui, qualquer hora, em peso, sabe? Só para ter mais contato com essa gente de que acabo de falar. vocês não têm arte: são parte dela. A Vossa existência devia ser mais considerada na hora de lidar com energia nuclear e armamento. Na época em que venho, nada disso existe. A gente não entende. Alguns de nós, mais interessados -- como é meu caso --, entretanto, começam a pesquisar e dar os primeiros passos na compreensão dessa -- se me permite dizer -- estupidez que é a guerra. Ela toma muito tempo de Vossa vidas. Como também, e mais triste que tudo, toma muitas de Vossas vidas. Tira totalmente o sentido de Vossa existência. Pensem com carinho nisso, tá?

Agora preciso ir. Mas não posso deixar de parabenizá-los por algo que considero a maior invenção de todas. Que parece eterna -- deve sê-lo, pois. Refiro-me ao Amor. Essa força plena, constante, ritmada. Feita de todas as cores (visíveis e não visíveis) do espectro da Luz. Círculo dos mais poderosos, desconhece inimigo ou opositor à sua altura. Lembrem-se dele mais vezes, ok? Ele tá faltando em Vosso tempo. Ele é quem dá conta de muitos eventos tristíssimos caírem por terra ainda no plano das ideias.

Foi bom estar com vocês de novo. Até mais."

Disse tudo isso e... e... e conseguiu arrancar lágrimas de mim.

E plantou a semente que me leva a pensar em tudo o que ele disse.

Deus... Será que não dá pra continuar com essa história?