Aquela que não se nomeia

De a temermos e por que? Nascemos sabendo que… Mentira! Não nos contam sobre isso, e quando alguém falece é um chororó sem fim, uma angústia que aperta, algo que não se explica e só se sente, e digo por experiência própria, não é nada bom. Mesmo assim, por que não somos preparados para a única coisa certa da vida toda? Não sabemos nossa profissão, sequer podemos escolher o próprio nome, e nem ideia temos de onde iremos morar, se aqui ou ali, e quando um avô resolve ir cantar com as estrelas, ou um cachorro que ficou 18 anos com aquela família do interior, ou mesmo quando um cidadão comum que não conhecemos pessoalmente mas sentimos, dentro do estômago, por que por alguma razão completa e irracional, na real, não aceitamos seu nome, sua presença. Como uma entidade pode ser tão odiada, se no fim ela se encontra com todos, e ainda paga o vinho desse jantar? Pobre Morte, que passa sua vida ceifando a dos outros por cumprir aquilo que é sua missão, talvez divina, talvez imposta. Alguém a perguntou, ou a convidou para a festa? As pessoas ali presentes levantaram sua cabeça, algumas ainda limpando as lágrimas e com seus olhos brilhando, viram aquilo que faz parte de todos, o que está dentro de nós mesmos. Não é o fim, ela disse com aquele sorriso enorme escancarando os mil dentes… Sou a transformação!