NADA É PARA TANTO

E no terceiro dia tudo parecia estar normal. O sol banhava a praça onde algumas pessoas comentavam assustadas o acontecido. O melhor amigo não quis levantar e quando levantou, apenas beliscou alguma coisa e voltou para cama. A família, cada qual no seu canto, se culpava pela indiferença tão comum àqueles em que o amor esfriou. Dizem que nas semanas seguintes repetiam em silêncio um mantra: "E se eu..." Alguns só souberam do fato muito tempo depois e ficaram desnorteados. Estranhos, ao ouvir as notícias, passaram a cuidar mais da família e dos amigos, o que refletiu positivamente nas gerações futuras. Agora, o que ninguém soube foi do choro incontido do inimigo que no silêncio do leito repetia: "Não era pra tanto".

Adelaide Paula
Enviado por Adelaide Paula em 16/06/2018
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