O INVENTO

Quando o eminente cientista, doutor Maia, anunciou estar pronto o teletransportador, houve alvoroço na UNICAMP, afinal o sucesso implicaria no primeiro ambicionado Nobel brasileiro e também para humilhar a universidade rival, USP, para onde seriam teletransportados o doutor e uma caixa de madeira. Meio dia foi o horário estabelecido, houve contagem regressiva, Maia era todo sorriso até uma fumaça o encobrir no laboratório de Barão Geraldo, do qual Maia e a caixa desapareceram.

Para grande gáudio unicampista, ambos surgiram de fumaças na Praça do Relógio, sucesso parcial da operação, Maia estava morto.

A autópsia no IML revelou que o cérebro fora recomposto todo em madeira, mas a caixa desaparecera no tumulto que se fez.

Dona Watanabe roubou-a, levou-a para o apartamento na Liberdade. A caixa pensante teve o desprazer de receber areia para que a gata Leonor defecasse: Triste destino para mente tão brilhante! Antes da morte cerebral vislumbrou um fiofó de gato defecando sobre si...

Camilo Jose de Lima Cabral
Enviado por Camilo Jose de Lima Cabral em 14/07/2020
Reeditado em 14/07/2020
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