Contra luz

Eu vi uma sombra por dentro de outras sombras, eu vi algo brilhando, eu já sabia que era uma arma, apenas ela brilhava contra a luz, mas eu podia ver tudo perfeitamente, ele usava uma touca, esperava por alguém e no final da rua vinha um casal, dava para ver a silhueta deles aumentado a medida que se aproximavam, se aproximavam da tal sombra. Eu vi a sombra olhar na direção do casal e a sombra então empunhou a arma.

A sombra olhou novamente para o casal que já estava a poucos metros dela, uma mão empunhando a arma saiu das sombras e efetuou quatro disparos, dois para cada um. A sombra guardou a arma em um bolso de um tipo de casaco que ele usava e caminhou rapidamente em minha direção, para a minha casa, olhava como se soubesse exatamente que estava vindo pra cá e então, um vazio…

Depois disso tudo, eu acordei, tudo não havia passado de um sonho louco, levantei, joguei uma água no rosto e respirei fundo. Alguém bateu em minha porta, apesar da estranheza do horário, atendo prontamente, é a polícia me contando sobre um duplo assassinato que houve próximo da minha casa, perguntam se eu ouvi alguma coisa, se eu sei de alguma coisa, contenho-me da estranheza do momento e digo que não sei de nada, estava dormindo pesadamente.

Fecho a porta e decido seguir com o meu dia, vou até o guarda-roupas para procurar uma roupa para ir trabalhar, no fundo, na parte mais escura, vejo minha jaqueta preta, algo brilha contra a luz.

Henrique Sanvas
Enviado por Henrique Sanvas em 12/08/2021
Código do texto: T7319459
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