Saudade do que nunca teve

Coisa estranha a que está acontecendo. Estou sentindo falta de sentir falta, que coisa mais besta. Nunca soube ser só, sempre precisei estar namorando, ou ao menos estar apaixonado. No momento não tenho namorada, não sei se quero ter e nem sinto falta, até existem pretendentes, mas nenhuma ocupa a vaga. Por outro lado, vejo filmes e ouço músicas que me assustam, coisas do tipo caras que tem várias mulheres, fica com todas e nenhuma. Pessoas com vidas vazias e fúteis que se tornam sem sentido de ser.

Nessa quarta-feira, assisti a um filme que me foi peculiar. O que tirei como moral do filme, foi que a lei do mais forte sempre há de prevalecer. O cara um pouco mais velho, e mais experiente, levou a garota e mais, as esperanças do novinho boboca, perdi assim também, ele ficou chorando, nem isso consegui fazer.

Percebo o tamanho da minha neurose, tenho medo de me acostumar a ser assim e me tornar tão vazio quanto as pessoas que hostilizei outrora. A impressão que tenho é que isso é uma defesa minha, tenho 21 anos e desde os 14 namoro, nesse tempo, o máximo que fiquei sozinho foram uns....1 ou 2 meses. Sei que preciso me encontrar, porém, quantas hei de perder pra isso? Vejo belas, jovens e interessantes garotas entrarem e saírem da minha vida, como os barcos nos portos, vêm e vão, assim são elas. Falando sinceramente, não sei se deixo ou sou deixado.

Tenho soltado gritos de liberdade pelos cantos. Meus poros transpiram esse desejo. Quando penso em ter várias não me sinto bem, é difícil olhar a cada dia nos olhos de uma e fingir que não há ninguém mais. Não gosto de ser feito de idiota, não quero fazer ninguem de idiota.

Pode ser que agora eu esteja pagando o preço. Por muito tempo fui ansioso e reconheço que fiz mal a algumas namoradas. Tenho medo de fazer novamente, olha outra vez as órbitas marejadas de alguém que é especial e...magoar. Fico receoso, penso duas vezes antes de dar um passo assim, não posso deixar que minha confusão machuque outras pessoas.

Tudo parece ser tão mais fácil do lado de fora desse meu globo de neve. Olho ao redor e meus amigos namoram, as pessoas na rua namoram, e té os velhinhos no Passeio Publico namoram. Eu queria me apaixonar, se todos conseguem o que me impede? Uma vez me apaixonei e quase morri, prefiro sorrir a face da morte todos os dias do que me defrontar com essa cara de bunda.

Símio
Enviado por Símio em 09/12/2007
Reeditado em 04/01/2008
Código do texto: T771592