Olhos incandescentes II - vingança

Depois de matar Zeca, Mazinho foi para a casa, deitou-se e dormiu tranquilamente. De manhã tomou seu café e foi cuidar das fornalhas de carvão. Enquanto trabalhava, chegaram o Sargento Reis e mais três soldados. O sargento foi entrando e Mazinho já foi gritando:

_Pode sair que eu não gosto de polícia !

O sargento nem esperou Mazinho boquejar mais, e com o cassetete já deu uma na cara do assassino que caiu praguejando. Nisso ocorreu uma saraivada de borrachadas, chutes e tapas na cara de Mazinho que foi preso naquele dia, sob a acusação de homicídio. Depois de um bom tempo em cana, alimentando seu ódio, Mazinho conseguiu sair da prisão e continuou no mesmo ramo de derrubar árvores e fazer carvão.

Passaram-se dez anos, e um dia, enquanto Mazinho tomava uma pingas no boteco, eis que aparece o Sargento Reis, a esta altura já aposentado e um tanto embriagado.

Mazinho o reconheceu na hora, contudo o sargento não se lembrava da cara do assassino, o qual havia espancado.

Mazinho tomava sua pinga como quem não queria nada, e o Sargento alternava doses de conhaque com copos de cerveja.

Mazinho estava um tanto receoso, já que o sargento, apesar de aposentado, certamente estaria armado, e segurou seu desejo assassino.

Mas, por ironia do destino, ao entrar no seu Passat, o sargento deu partida e percebeu que a bateria estava arriada. O sargento voltou ao bar e pediu a ajuda de alguém para empurrar o carro, enquanto ele dava um tranco.

Mazinho levantou e foi atrás do sargento. Quando este abriu a porta do Passat e enquanto abaixava para sentar, Mazinho arrancou de um punhal e o esfaqueou na base do pescoço. O punhal era comprido, e Mazinho estocou com vontade, uma única vez. O sargento tentava puxar a arma, contudo Mazinho pisou em sua mão e disse olhando nos olhos:

_Isso é pra você aprender a não dar tapa na cara de homem...

Dessa vez Mazinho fugiu para o Estado de Goiás, e lá permaneceu por alguns anos...

BORGHA
Enviado por BORGHA em 10/03/2010
Código do texto: T2130613
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