Balas!

(Isto que acabo de escrever é completamente fictício, por favor não tragam minhas idéias para a vida real, exceto com aquilo que quero expressar no conto)

Deitado na cama está o policial Wanderlei dormindo enquanto trabalhou uma vida inteira no seu distrito. Muitos boletins de ocorrências, ocupações diversas, armas, essa foi a vida do nosso cabo. Agora ele está na cama tirando um cochilo, também ele é filho de Deus, e merece descansar, nê?

Quando ele acordar já sabe o que tem que fazer, vai para cozinha abrir a geladeira e preparar o seu jantar da noite, isso se ele acordar, por que o coitado trabalhou tanto que nem viu direito o prato do almoço que ele mesmo fizera para comer, por isso ele deve está com fome, mas como pegou no sono logo, talvez nem aconteceu dele comer direito.

Da sua janela, do lado de fora há um burburinho que ele não dar de perceber por que está dormindo. Mais que burburinho, é mesmo uma confusão de pessoas fazendo arruaça parecendo ser greve. Mais não é greve, por que o policial Wanderlei é bem informado nos jornais de que o governo honesto já pagou direitinho os seus funcionários por isso não tem eles com que reclamar dos seus salários recebidos.

Temos que saber mesmo o que está acontecendo do lado de fora, o cabo Wanderlei está dormindo, o que importa sabermos se ele é o policial e não está lá para pôr ordem a suposta bagunça que está acontecendo na sua rua. Todos os policiais são omissos ou fazem isso por querem quando há uma ocorrência séria na rua, geralmente um camburão só da policia, também o que queríamos, se é só um camburão que a secretaria manda.

Meu Deus! O cabo Wanderlei não acorda para ver a balbúrdia do outro lado da sua casa, não interessa sabermos, mas eles começam a gritar, o que será que está acontecendo na rua do cabo Wanderlei. Greve não é, como disse, o governo é honesto, e por isso todos os funcionários do estado não tem mais o que reclamar. Também não é briga de vizinho, por que pelo muito barulho do outro lado só mesmo muitos vizinhos e uma balbúrdia tal de problemas desconhecido. O cabo Wanderlei não tem como saber dos seus vizinhos, por isso fica dificíl para nós saber também se é briga de vizinho, aquela costumeira briga por motivos fúteis só mesmo de pessoas que convivem perto, ou um fogo perto da casa do outro, ou o esgoto que está fedendo muito.

Também o cabo Wanderlei é como uma pedra sobre a sua cama, coitado, trabalhou muito, por isso não vai ver o que está acontecendo do outro lado da sua rua. Nada, não damos de saber também. Se ao menos o policial acordasse. Opa! Vejo um sangue escorrendo pelo lençol dele! O que será isso? Tinta vermelha não é. Por que o lençol que ele colocou nele estava limpo antes dessa cor vermelha que aparece aí. Meu Deus! Escorrega no lençol do policial! Não é tinta. É sangue? Parece. Não sei.

Meu Deus, agora vejo! É sangue, e é o sangue do policial! Ele foi atingido. Corre uma poceira de sangue pelo lençol, e agora o policial que não acorda, por que deve ter matado ele o tiro que ele levou agora. Ninguém na casa para lavar o sangue que escorre no lençol dele. Não vai acordar o pobre policial, coitado, morreu. Morreu pelo tiro, pelo tiro que levou. Foi tiro, o tiro veio de algum lugar aberto e atingiu por azar o pobre policial, que agora está morto, coitado.

sergio bittencourt silva filho
Enviado por sergio bittencourt silva filho em 26/01/2012
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