Os criminosos também amam II

Havia se passado alguns dias até que a polícia veio bater à porta de Marcos. Iriam prendê-lo e ele não demonstrou qualquer resistência. Soube apenas que era suspeito de envolvimento na morte de Marta Felício.

Ninguém entendeu o motivo da prisão de Marcos, nem mesmo Mariana entendeu o motivo que o poderia levar a matar Marta.

Foi para entender que ela o visitou na delegacia e perguntou:

_ Por que você matou Marta? Não dá para entender, meu amor.

Ele nada respondeu mas tinha um sorriso no rosto. Então ela repetiu a mesma pergunta. Queria entender.

Márcio então levantou os olhos, que até aquele momento não a encarava. E num tom sério, disse:

_ Eu a amava e ela só tinha olhos para Fred. Eu a amava desde os tempos de colégio mas nunca tive vez. Quando percebi que não teria como a ter para mim e já estava cansado de brincar de namoradinho com você, eu a matei por ciúmes. Não aguentava mais vê-la falar de Fred e somente de Fred. Não tinha nada a perder...

_Não fale mais nada!-interrompeu Mariana, chorando- Não quero saber dos detalhes. Como fui idiota em acreditar que eu era amada!

E saiu dali com lágrimas nos olhos e nem percebeu que Marcos também chorava embora silenciosamente para que ela não notasse a dor que sentia por estar falando aquilo para a mulher da sua vida.

Então foi novamente conduzido à sua cela.

Ficou pensando em tudo que havia ocorrido até aquele momento. Sua prisão fazia parte de algo maior. Sabia que em breve estaria solto como foi revelado a ele na noite anterior à sua prisão.

Quieto em um canto, começou a lembrar da visita que recebeu naquela noite. Nem sabia que seria no dia seguinte que seria preso.

Estava já dormindo quando a campainha tocou. Levantou a contragosto e foi atender. O sino da igreja batia ao longe denunciando ser duas horas da madrugada.

Quando abriu a porta, levou um susto mas perguntou:

_ A que devo sua visita?

_Não vou entrar. Vim apenas lhe dizer que será amanhã o grande momento. Mas fique tranquilo! Aquilo pelo qual passará não durará nem uma semana.

Marcos sabia do que se tratava. Sabia que era necessário acontecer aquilo para se chegar ao alvo daquilo que estavam tramando.

_Eu entendo.- falou Marcos, resignado.- Eu sei que preciso passar por isso para conseguirmos o que queremos. Ele terá o que merece.

Então fechou a porta e voltou para a cama. Ao dormir, quando abriu os olhos estava em sua cela.

De repente, soltou uma gargalhada que assustou a todos.

saulo ribeiro
Enviado por saulo ribeiro em 22/05/2012
Reeditado em 30/09/2023
Código do texto: T3682147
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