sangue na avenida

Sangue na avenida

Autores: Luciana Rodrigues

Em uma grande metrópole, onde todos apressados não conhecem ninguém não se ouve nem um bom dia e muito menos como vai, entre carros e motos que correm de um lado para o outro, perambulam vários moradores de rua entre eles brigas, desamores, companheirismo. Era uma turma de cinco menores abandonados entre eles três garotos e duas meninas, que disputavam diariamente a pouca comida e o mal cheiroso abrigo.

Em noites frias eles dormiam feito coro de camada debaixo de viadutos e às vezes em casas abandonadas, Niquita entre as meninas era a mais bonita aquela que causava desejo entre os meninos mais particularmente no Cuica e no Bocão que eram os mais velhos do bando.

Niquita com seu jeito de menina mulher exibia uma beleza natural e sedutora, mesmo debaixo de toda imundice em que vivia. Tudo que Cuica encontrava no lixão ou roubava das senhoras, Niquita era a primeira a ser contemplada com os mimos dele era o que causava ciúmes e inveja em Bocão, que por sua vez apenas nutria por Niquita um desejo voraz e carnal, uma ânsia de possui - lá.

Certa noite nublada entre raios e trovões deu-se a desgraceira, Niquita e Bocão eram os únicos mais próximos do abrigo, enquanto os outros não conseguiam chegar a tempo da tempestade, o abrigo estava mal iluminado, uma mixa fogueira feita de papelão e galhos secos davam um tom sombrio, Niquita tremia de frio corpo gélido querendo se aquecer buscou um calor ingênuo em Bocão.

Bocão que já estava com o corpo ardente de desejo, entrelaçou seu corpo ao dela aproveitando a ocasião buscou vorazmente seus lábios carnudos, ela tremia sem saber se era de medo ou frio e tentou recusar Bocão, ele já sem controle e enfurecido pela recusa cruelmente esmurrou sua face delicada levando-a ao chão, atordoada ela tentou escapar e sem êxito não conseguiu descontrolado e cheio de tesão rasgou as suas roupas, ela ainda se debatia e no rompante Bocão desferia uma serie de tapas fazendo-a ficar quieta, ensanguentada e sem forças ela não reage, Bocão começa a aproveitar daquele corpo virgem dando vazão ao seu desejo sórdido e com violência começa um estupro brutal saciando aquele desejo animal, não importando com os gritos de dor e as suplicas de Niquita, gozou varias vezes em todos os orifícios enquanto ela suplicava mas ele a estuprava seus gritos e gemidos alimentavam aquele animal voraz, e naquele estase de insanidade sentiu um golpe violento, era Cuica enfurecido e cego de ciúmes que partiu para a porrada desferiu vários golpes por todo corpo daquele maníaco, Bocão meio tonto levanta com uma barra de ferro que se encontrava no covil abandonado e partiu para cima de Cuica, que ágil feito um gatuno desvia do golpe, por sua vez arranca a arma de Bocão e em uma estacada certeira vê o seu rival cair em uma poça de sangue Cuica enfurecido com suas próprias mãos e dentes começa a arrancar pedaços de seu corpo, Cuica irado mastigava os olhos de oponente arrancou-lhe as orelhas não satisfeito quebrou uma garrafa que ali estava e arrancou os órgãos genitais de Bocão, Niquita desesperada com aquela cena de terror, sentindo no fundo do peito aquele amor ingênuo e sonhador, ela que amava Bocão de uma forma encantadora como nos sonhos de fada onde o príncipe salva a donzela, não, com aquele monstruoso e brutal sentimento que ele tinha, ao contrario do amor que ela nutria por Cuica vendo que o algoz amado nu sem vida nas mãos de Cuica

sobre os gritos desesperados diante daquela cena horrível e sanguinária mesmo com o apelo dos companheiros fragilizada com a crueldade encontrou forças para defender seu amor, passou a mão em um pedaço de concreto e mortalmente acertou a cabeça de Cuica, espalhando os seus miolos pelo chão, ao recobrar a sua consciência ela percebeu tamanha atrocidade que cometeu contra seu querido companheiro irmão, diante daquela crueldade e sua perda de amor, desesperada e nua sai correndo em meio a tempestade pela rua, não dando conta de sua direção na avenida central sem visibilidade um ônibus em alta velocidade a arrastou por mais de cem metros, deixando um rastro de sangue pela avenida. Na manhã seguinte nas manchetes do jornal, um casal de menores abandonados caminham e choram pelas ruas a perda de seus fieis companheiros.

Lucyana Rodrigues
Enviado por Lucyana Rodrigues em 01/07/2013
Reeditado em 19/07/2013
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