A terceira paixão

REPUBLICAÇÃO REVISTA

Bebo. Gargalo mesmo.

Saco algum em procurar copo, taça ou outra merda qualquer. O que importa é o vinho barato, a quentura na garganta, o porre. O resto. . . bem, o resto não vale a pena pensar.

Cansado. Porra, como estou cansado! O melhor seria dormir agora, já, nesse momento, senão sou capaz de pirar. O vinho vai ajudar um pouco, sempre teve esse efeito de desmoronamento em mim. Pena ser de última categoria. Bem que um alemão ou um chileno desceria melhor mas, a droga da lojinha noturna tinha?

O duro é saber que o sono não virá.O Gaio garantiu que o produto é da melhor qualidade. Setenta por cento de pureza, ele disse. Se não mentiu – e que motivos teria pra mentir ?- vou ficar aqui, como uma coruja até as duas da tarde.

Desabo no sofá rangente, inconscientemente procurando o controle remoto. Após alguns segundos que parecem horas, ligo a teve.

A Xuxa falando tatibitates, procuro outro canal. Um pastor vociferando em nome de Jesus. Complementos alimentares fazendo milagres no corpo da gente. Finalmente num canal de notícias um locutor com cara de sono comenta as últimas notícias made in Brasília.

Percebo a cascuda atravessando a sala. Saindo da trinca rente à parede, segue direto para o esconderijo debaixo da geladeira, pouco se importando comigo. Bem, nunca se importaram antes, porque o fariam agora? Se um dia se unirem é capaz de me expulsarem da minha própria casa.

Sugo o resto do vinho até a última gota. Acomodando a garrafa vazia no canto do sofá, descubro que o Gaio não mentiu. Menor cheiro de sono. Então, que me resta fazer? Um pá de tempo para refletir besteiras; outro tanto para finalizar as já formuladas, fico no sofá olhando pessoas desconhecidas movimentarem-se na tela acesa, olhando um ponto inexistente na parede vazia. Que foi branca um dia, hoje um amontoado de manchas úmidas que ás vezes se mexem vivas no meu cérebro desneuroniado. Pirlimpimpim é bom, muito bom. Deixa a gente aceso, a emoção anulada completamente, mas o preço é alto. Talvez minha vida em breve.

Outra cascuda. Maior que a primeira. Saindo da mesma trinca, caminhando para o mesmo esconderijo, com o mesmo desinteresse da anterior. Tiro os olhos um instante da tela e acompanho os movimentos rápidos pelo assoalho, o balançar das antenas captando algo no ar. Então ela para e me encara num virar de cabeça.

Nelly fazia assim, sempre. Na porta, meio corpo fora virava-se, um leve sorriso e ia embora sem seu saber se voltaria ou não.

Quando me acostumei com seu retorno, não voltou mais .

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Tirava notas ao acaso na velha Kate, dedilhando aqui e ali num arremedo de melodia, essas frescuras que todo músico faz quando falta ânimo ou inspiração para começar uma canção e fica nos mis, soles, lás, alguns acordes conhecidos que a memória envia aos dedos sem avisar, quando ela entrou no 666.

Não era bonita. Atraente talvez. Um pouco mais alta que a maioria das mulheres, sem chegar ao exagero de parecer uma jogadora de basquete, os cabelos no estilo “arrumei para parecer desarrumado”, o nariz levemente atucanado . Quase normal não fossem os olhos .

Verdes. Porém de um verde vivo contrastando com o moreno da pele. Brilhantes, eu diria, não fosse o cansaço das quatro horas tocando sem parar para aquele bando de bêbados sem sensibilidade alguma para a boa música e minha preocupação em pagar o Gaio sem falta. Se o dono desse pardieiro desse o nó – coisa que fez algumas vezes – iria ficar um bom tempo sem empunhar guitarra alguma. Foi a promessa feita com raiva e intimidação que eu tinha certeza absoluta que cumpriria.

O homem que a acompanhava dava o resto do destaque para não passarem desapercebidos. Baixo, uns vinte anos mais velho, cara de otário prestes a ser depenado. Pude perceber num relance o orgulho sentido por ele, de estar acompanhado de uma deusa como ela e também a marca no dedo anular, onde a aliança estivera há pouco e descansava com toda a certeza no bolso da calça.

Alguma entidade fez meus dedos dedilharem os primeiros acordes de Old Bluesman. Quase que imediatamente meus músicos acompanharam. Em todo grupo existe um líder. Acontece. De repente, alguém se destaca e puxa o resto. Não existe aviso. Não existe recado. Vem. Conosco sou eu. Poderia não ser, que todos entendemos da divina arte. Até o Digo, com seu ar sonso ao piano, suas roupas anos 50 e seu indefectível óculos aro de tartaruga pendurado na ponta do nariz. Até ele, que qualquer um não daria um tostão furado, preguiçoso em ousar, sempre seguindo os outros, se quisesse poderia ser o líder de qualquer dessas bandas que andam por aí bordejando pelos bares da vida. Nesse bando de malucos que colocam a música acima de suas próprias vidas; que trocam a companhia de uma bela mulher pela de outros malucos por sibemóis e harmonias estranhas; que vibram ao sentir a melodia perfeita, mesmo que não entendida pela maioria dos ouvintes; que trocam alguns anos de suas miseráveis vidas por algumas gramas de pirlimpimpim apenas para sentirem melhor as vibrações astrais e isso reverter em acordes perfeitos, o líder sou eu. Como disse antes poderia não ser. São coisas da vida.

Meus olhos – cúmplices – cruzaram com os dela. Ela também sentia, pude perceber, a melancolia da letra contando a história do velho bluzeiro que ao chegar em casa não encontra a amada , musa inspiradora de canções e completamente alucinado, julgando-se incapaz de compor canções tão belas como antes, abre o gás e morre. Não sei porque, sempre gostei de tocar Old Bluesman. Talvez tenha algo a ver com minha miserável vida.

O velho nada percebeu. Nem nossos olhares cruzados, nem o remexer inquieto dela na cadeira, muito menos o gole apressado na bebida barata made in Paraguai e eu entendi. Nada na vida importava estando acompanhado de tão bela mulher. Ele, com certeza podia perceber o cheiro da inveja infestando o ambiente. Os olhares secos. O ódio contidos da maioria dos homens no recinto.

É uma canção que excita as mulheres. Já havia sentido isso antes. Talvez o clima de extrema melancolia. Talvez os solos tirados com dor. Não sei. Mesmo que não entendam a letra existe um clima nessa canção que as emociona até a alma.

Olhei fundo no verde dos olhos dela, fitos em mim. Melhor dizendo, em minhas mãos ferindo as cordas da velha Kate, tirando notas sofridas endereçadas às mulheres de sensibilidade e bom gosto musical. Atraí a atenção dela, o resto seria fácil.

Leva-se algumas vantagens na vida que levo. Não sei se os holofotes, se o clima noir, a magia da música ou o simples fato de estarmos um pouco acima das pessoas, ou tudo isso junto, sei apenas que atraímos muito mais mulheres que os simples mortais. Ela era apenas mais uma.

E o que me levou a olha-la assim, tão demoradamente? Havia outras mulheres no lugar, talvez mais bonitas que ela, que num estalar de dedos viriam correndo para mim como cadelinhas no cio. Que mágica fez-me sentir atraído por essa zinha, que sequer sabia o nome, o que fazia para viver, onde morava, o que era na vida? Que mistério – pensei no momento – existe nesse mundo que nos faz olhar para alguém em detrimento de outros? Que alquimia, cheiro, ou chame lá de que nome for, faz com que nossos sentidos se direcionem apenas numa reta? E o que estava acontecendo comigo naquele momento, quando isolei todas as pessoas – e havia muitas – à minha frente e toquei para ela, apenas para ela ?

Talvez fosse o fato de lembrar-me Nelly. E porque lembraria? O tipo físico era diferente, a cor dos olhos também. Assim como a maneira de andar, sentar ou tratar a pessoa ao lado. Não existia nada nela que pudesse, mesmo remotamente, lembrar-me Nelly. No entanto . . . Nelly . . . Nelly . . .porque te vejo em todas as mulheres? Porque, apesar de tudo, ainda te quero ouvindo minhas canções de amor desesperado? Porque, apesar do tempo, continuo te amando como antes ou até mais ? Porque os deuses, demônios, ou outra coisa qualquer que sequer sei o nome, não me fazem enlouquecer de vez e te esquecer?

A lágrima traidora nasceu de repente e escorreu pela face, vagarosa, vergonhosamente. Torci para que ninguém visse. Ou, se vissem, imaginassem ser pela emoção da música, que fluiu mais rápida, mais íntima, mais minha. Os dedos correram céleres pela estrada das cordas como se tivessem adquirido vida própria. Sequer precisaram de mensagens cerebrais para tocar nos traços certos, na altura certa, nos lugares exatos, no sentimento exato e puro.

Fechei os olhos pensando nela. E os que ouviram minha música naquele instante sequer imaginaram que eu estava pouco me lixando para eles. Que se danassem! O que fiz naquele instante foi tocar para ela. Cada nota de sangue. Cada acorde de dor. Cada seqüência musical de desespero, todos para ela. SÓ PARA ELA ! Que nem sei onde está. Ou com quem. Não importava. O que sabia é que tocava para ela onde estivesse. Com certeza não se lembrando de mim um só instante.

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Guardei o ganho da noite no bolso, junto com o sanduíche frio. Antes de sair um último olhar no ambiente fumacento. Sabia que não a veria novamente. Afinal de contas os únicos idiotas a restarem naquele túmulo éramos nós, os músicos, dando nosso talento em troca de migalhas e os garçons, doidos de vontade de ir embora.

Liguei a HD sem um pingo de vontade de ir para casa e saí sem rumo pela avenida garoenta, o motor rugindo como um bicho ferido. Vampiro da noite sugando o sangue da solidão. Sabia que iria rodar um bom tempo antes de voltar para minhas paredes vazias e minhas baratas atrevidas. Tal qual agora, pensei no que me move neste mundo absurdo e dá-me forças para viver. Tudo o que era bom , perdi.

Restaram duas paixões. Não é pouco- raciocino – comparado a certas pessoas que nada tem. Só isso me ampara. Se perde-las um dia. . . bem, se perde-las, só resta algo de útil a fazer. Um canto solitário. Um CD de Ella Fitzgerald a todo volume no walkman. Um tiro rápido e certeiro no céu da boca. Talvez uma corda forte numa árvore ídem. Nenhuma nota de explicação , que ninguém merece saber o porque de meu gesto. Um pouco de sadismo no ato: que as pessoas pensem o que quiserem, nada mais é problema meu.

Nunca tive grandes ambições. Talvez uma música minha servindo de trilha sonora para algum idiota comer uma zinha qualquer. Ou meu nome , perdido nalguma antologia nos sebos da vida.

Como podem perceber minha primeira paixão é a música. Elevando meus sentidos, quando de olhos fechados para melhor senti-la, descubro que ela é arrancada de mim à força, quase varando a pele de intensidade. Coração suando. Histórias da minha vida metamorfoseadas nas vidas de compositores que sequer conheci, mas imagino terem sido iguais a mim na dor e no desespero. Sentindo admiração e inveja nos olhares dos míseros mortais por ser como sou. Olhos nos dedos céleres nas cordas, mãos acompanhando a melodia nas pernas, lábios balbuciando palavras incompletas e julgar-me um deus. Deus! DEUS!

E quando a mãe Música vem, inspirada por alguma divindade de outras dimensões – Deus, Diabo, não importa quem – e flui nos meus nervos e neurônios, a sensibilidade explodindo qual um orgasmo contido e comanda meu corpo e minha mente arrancando de dentro de mim tudo aquilo que escondi um dia e tinha medo que descobrissem; quando sai do meu corpo qual fumaça de cigarro barato subindo aos ares; quando faz minha mente entorpecer-se pelas lembranças dos dias em que ainda era feliz, e eu penso:- Deus! Meu Deus ! Isso é influência Tua ou da fortuna que corre em minha veias! ; quando os dedos adquirem vida própria e correm descontrolados pelas cordas da guitarra, arrancando notas que nem eu mesmo sabia existirem; quando meu corpo supera todas as expectativas e vibra ainda mais num frenesi cataléptico e eu, olhos fechados, o medo do pecado pisoteando minha mente, imploro:- Meu Pai! Meu Deus! Tu criastes as pessoas para serem felizes! Então faça seu serviço, droga! ; quando tomado pelo espírito de Pã, nada quero, nada sinto, nada ouço ao meu redor e me vejo jogado numa esquina qualquer dessa merda de vida, uma vela piedosa acendida por um estranho, os vermes esperando o banquete final e apenas uma lápide sem nome lembrando de mim, é aí que percebo a força dessa paixão que me alimenta. É demais! DEMAIS!

A outra paixão é patrocinada por São Davidson e Santo Harley.

Ligo a HD e varo a madrugada esperando ver o sangue no sinal vermelho, imaginando a Morte nalgum pára-choque de caminhão, a visão distorcida pela chuva que cai, a mente entorpecida afunilando ainda mais o imenso funil à minha frente, o motor rugindo pedindo folga enquanto minha mão torce querendo mais potência já no ápice, o vento apagando qualquer má lembrança – Blade Runner dos trópicos! Não percebes que o fio da navalha está cego, sua besta ! – e sentimento ou emoção na face, 120, 130, 180 em duas rodas procurando o Nirvana, o vento machucando meus olhos semicerrados, apenas uma nesga de luz filtrando a diferença entre o viver ou me esborrachar nalgum obstáculo à frente. Aí descubro o quanto é bom viver . . .e viver é isso: dedilhar uma bela canção e amar minha HD acima de todas as coisas, porque o resto. . . bem, o resto não passa de pessoas me vampirizando, paredes vazias como a minha vida e baratas atrevidas que lambem minha boca quando durmo.

Que se há de fazer ?

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Eu a vi recostada no carro, a fumaça do cigarro sujando a neblina. Um aceno discreto, o sorriso ao desligar da moto , o arfar excitado quando a abracei e aspirei um resto de neblina e fumaça de sua boca. Duas quadras mais e estaria protegido. A vida tem dessas coisas: motor quebrando metros antes da bandeirada, um gol nos descontos, um pouco mais de sol nas plantas tenras, algumas gramas de mercúrio na água e tudo se modifica. Eu, míseras duas quadras. Podia ser mais. Ou menos.

No motel de quinta categoria onde me levou, o recepcionista do turno da noite com cara de sono cheirando suor, o fedor de urina transcendendo o ambiente, a falta de tempo em pensar no que estaria fazendo ali, transamos.

E foi apenas isso. Não houve amor – pelo menos da minha parte – não houve emoção, não houve entrega, apenas sexo animal, frio. A vagina dela recebendo meu esperma em vez de ser desperdiçado no ralo do banheiro. A lembrança de Nelly pairando no ar como uma aranha mortal.

E eu, vendo-a assim, travestida no corpo de outra mulher que sequer sabia o nome, os olhos fechados fingindo um prazer inexistente, as pernas abertas deixando minha porra escorrer para o lençol sujo, a dor dentro de mim, a angústia de não tê-la nunca mais nesta vida e uma sensação estranha triturando meu interior, matei-a .

Fingindo carinho levantei um pouco sua cabeça. Sorriu levemente . O cinto apertando sua garganta, os gemidos mudos, o ar de espanto sem saber o que acontecia, as unhas arranhando meu rosto tirando sangue no espasmo da morte, o brilho sumindo devagar dos olhos, gozei de novo. Desta vez mais forte, mais vibrante. Gostoso.

Espalhei a coca na cabeceira da cama, os cabelos dela atrapalhando um pouco, ás de paus carreirando. Tuft!. Cheirei uma, duas, três vezes.

Depois fui embora a pé. O carro ficou no estacionamento, minha moto aguardando onde a havia deixado.

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Nelly! Nelly! Quantas vezes mais terei de mata-la antes de te esquecer!

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Droga! Será que não existem pessoas inteligentes nesse mundo? Como ninguém percebeu ainda a relação entre eu e as mulheres que matei? Ás vezes julgo-me superior a todos. Isso explicaria o fato de ainda não ter sido apanhado. Detetives inteligentes, com certeza existem apenas nos livros de Simenon, Doyle ou Christie. Sherloques de araque, isso sim, são esses seres amorfos que vegetam em nossas delegacias.

Algo que pode arranhar meu ego é o fato da maioria delas não passarem de lixo humano. Dispensáveis, eu diria, se isso não me machucasse tanto.

Na primeira vez tomei os cuidados devidos. Transamos numa rua escura, eu abaixando a cabeça quando alguém surgia no percurso. Depois do ato fui num bar freqüentado por muitas pessoas onde me deixei ser visto. Medo durante semanas.

Nas vezes seguintes, relaxei. Deixei tudo correr normalmente. Numa das vezes até injetei ar numa artéria simulando um ataque cardíaco. Noutra, desperdicei umas boas gramas de pirlimpimpim para parecer overdose.

Desta vez fui mais longe: armei pistas. Minhas digitais ficaram no corpo dela esperando serem analisadas. Gorjeta para o atendente de mau humor. Se houvesse vídeo no quarto talvez até filmasse. Não havia. Infelizmente.

O engraçado nisso tudo é que não quero ser apanhado. Juro! Não sei o que faria sem minha música e minha HD, sem meu som e minha estrada. Isso explica o .38 que carrego escondido . Se um dia eles vierem até mim, saco a arma e aguardo o desfecho final.

Está frio! Deus! Como está frio. O ar da madrugada entra em mim como navalhas cortantes retalhando tudo.

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Entro.

Bom voltar para casa. Preocupação alguma em trancar portas e janelas. Desnecessário nessa parte da cidade, os ladrões cantando em freguesias mais abastadas. Por aqui só existem pés-de-chinelo. Desempregados à espera de emprego, os de, mal remunerados, cambistas de jogo de bicho, cafetões, putas, e toda e qualquer tipo de ralé humana.

A roupa parece queimar a pele. Desnudo-me deixando-a esparramada no chão da sala mesmo. Nu, sigo para o banheiro. Sinto-me sujo por dentro e por fora. O cheiro da morte impregnou-me por inteiro e rescende. Creio que a água do chuveiro limpará a sujeira externa.

A interna , a que dó mais , nem toda a água do mundo lavará.

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Melhor agora depois do banho.

Demorado. Água caindo, sensação de estar finalmente limpo, importância alguma o Serviço de Águas e Esgoto pedir economia, sentado no chão fico olhando-a escoar lentamente pelo ralo.

Sede.

Saio, deixando o chuveiro ligado. Pés marcando o chão, sequer ponho a cueca. Bem, isso também não importa porra nenhuma. Minhas inquilinas cascudas não irão me processar por atentado ao pudor.

Preciso urgente de um trago.

O vinho comprado na volta descansa solitário no sofá. Procuro o sacarrolhas sem pressa alguma. Deve estar na gaveta do armário da cozinha.

Está.

FIM

Nickinho
Enviado por Nickinho em 16/04/2007
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