CONSPIRAÇÃO

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Texto registrado na FBN – Fundação Biblioteca Nacional sob o nº 547.222, livro 1.042, folha 28.

APRESENTAÇÃO

Este pequeno conto foi escrito pelo autor, com apenas 17 anos de idade, nos idos de 1997, nesta época, bastante influenciado pela leitura de diversos livros do grande autor norte-americano Sidney Sheldon.

Este conto denominado “Conspiração” tem sua temática central tratando de forma fictícia da criação da “Bomba Atômica” em meio a uma pequena trama militar, onde a prepotência e a falsidade desencadeia os elementos que norteiam a trama.

Ao fim, o autor chama sutilmente a atenção do leitor, a uma reflexão sobre o uso desta “arma de destruição em massa” contra os seus semelhantes.

DEDICATÓRIA

Dedico esta obra a todos os meus leitores.

A minha família, especialmente ao meu filho Pedro Léo Melo Martins.

Aos meus amigos.

CAPÍTULO I

A cidade de Nova York estava em pleno verão, o céu estava azul como nunca, o ar estava menos poluído devido a intensa circulação de ar que geralmente ocorre nesta época do ano, as ruas estavam apinhadas de pessoas que andavam a esmo, sem enxergar ninguém ao seu redor.

Em um laboratório escondido no meio da metrópole, trabalhava incansavelmente o cientista astrofísico Ordnael Snitram, que estudava há algum tempo a radiação dos átomos, quando descobriu que “uma grama de matéria poderia ferver quase um milhão de toneladas de água ”, e que dominando tal energia poderia se fazer uma arma com poder de destruição inimaginável, uma espécie de “bomba atômica ”.

Snitram era um jovem e promissor cientista, que tinha apenas 34 anos, sempre fora muito inteligente, estudou na Universidade de Harvard, onde doutorou-se com apenas 30 anos, também casou-se cedo, com apenas 24 anos, porém, 3 anos após ter se casado, sua esposa faleceu num trágico acidente automobilístico, ele entrou num profundo estado de depressão, pensou até em suicídio, mas graças a um bom tratamento psicológico e o apoio dos amigos, conseguiu se recuperar em parte desse fato negativo que assolou a sua vida, de modo que focava toda a sua energia em seu em seu trabalho e em seu campo de pesquisa.

Snitram pegou todas as informações com os resultados de suas pesquisas sobre a “bomba”, contidas em dois disquetes e iria guardá-los numa gaveta, quando ouviu a campainha tocar, colocou os disquetes sobre a mesa e foi atender a porta do modesto laboratório. Era o seu amigo e também cientista Marcos Kleister.

Kleister era o cientista que ajudava Snitram nas pesquisas, um pouco distraído e atrapalhado, doutor em física quântica. Snitram gostava muito dele, eram grandes amigos, ele não havia se casado, pois era um sujeito muito mulherengo e descarado, além de chegado em um barzinho.

___ Snitram desculpe-me pelo atraso, tive uma noite muito cheia ontem e acordei um pouco tarde. (disse Kleister)

___ Não tem problema, já estou acostumado. Terminei os cálculos sobre a matéria, era realmente aquilo que esperávamos, salvei todas as informações sobre o protótipo da bomba naqueles dois disquetes, que estão ali sobre a mesa. (respondeu Snitram)

___ O.k.! Você é mesmo espetacular, mas bem que poderia ter me esperado para, que eu lhe ajudasse na finalização dos cálculos. (disse Kleister)

___ Eu não pude me conter era só terminar aqueles cálculos para verificar se as nossas pesquisas estavam corretas, dois anos de trabalho duro, às vezes até vinte e quatro horas em frente ao computador calculando e analisando dados. E agora esta tudo terminado, só falta informarmos à E.S.M. (Estação de Segurança Mundial), que o seu brinquedo esta pronto.

Snitram acabara de entrar no banheiro e Kleister pegava os disquetes encima da mesa, quando a porta do laboratório foi abruptamente arrombada.

Kleister virou-se e deu de cara com um homem corpulento, forte, devia ter um metro e oitenta de altura aproximadamente, vestido impecavelmente com um terno azul marinho, seu jeito lembrava o estilo dos mafiosos italianos. Tinha na mão esquerda uma pistola 7.65, a qual apontou para Kleister e disse:

___ Me dê os disquetes, rápido, vamos!

___ Quais disquetes? (perguntou Kleister)

O homem deu um tiro na perna dele, que gemendo de dor se segurou à mesa para não desabar no chão.

___ Agora você já deve saber de quais disquetes estou falando. Me dê a merda destes disquetes antes que eu estoure os seus miolos. Você esta brincando com Del Marco.

Kleister impotente ante os acontecimentos, deu os disquetes ao homem, e pediu para que não o fizesse mal algum.

___ Obrigado! Agora eu posso estourar os seus miolos. (disse Del Marco)

Ele deu quatro tiros na cabeça de Kleister e saiu com os disquetes em punho.

Enquanto todos estes fatos transcorriam Snitram se encontrava no banheiro em um misto de alerta e pânico, com um turbilhão de hipóteses fervilhando em sua cabeça, sobre o que poderia vir a lhe acontecer. Depois de ter ouvido os quatro estampidos dos tiros, a agonia mórbida de Kleister e logo em seguida um silêncio sepulcral, ele saiu cautelosamente do banheiro, e encontrou o corpo do seu amigo no chão, com sua cabeça desfigurada sobre uma enorme e vermelha poça de sangue. Naquele momento o mundo pareceu girar vertiginosamente em sua volta, ele quase desmaiou em agonia, o forte cheiro do sangue lhe tomava o fôlego dando-lhe uma sensação horrível de ânsia.

Acorrendo a uma pequena janela para respirar ar puro, algum tempo depois, após ter se recomposto um pouco do choque, pegou o telefone com as mãos trêmulas e o coração acelerado e discou. Eram nove horas e cinqüenta e três minutos da manhã.

CAPÍTULO II

Nove horas e cinquenta e três minutos da manhã. O telefone toca no Centro de Operações da E.S.M. no deserto de Almogordo, uma cidade localizada no Estado do Novo México, Estados Unidos.

___ Gostaria de falar com o general Zarmati Ike, aqui quem fala e o Sr. Ordnael Snitram de Nova York.

___ Um momento senhor, sua ligação já será transferida.

___ Obrigado.

___ Sr. Snitram, aqui quem fala é Ike, pode falar.

___ General as informações que tenho para lhe dar não são nada boas, não posso falar pelo telefone, pois suspeito que ele esteja grampeado. (disse Snitram)

___Certo Snitram, me encontre dentro de três horas na E.S.32 (Estação Secreta 32). (fim da ligação)

Snitram passou em seu apartamento, pegou uma maleta, colocou algumas roupas, uma pistola Beretta Submachine calibre 45, presente de seu pai, entrou em seu automóvel Pickup Ford 1941 azul marinho, encheu o tanque num posto de gasolina, calibrou os pneus, verificou o estepe e seguiu viagem para a E.S.32

O general Zarmati Ike, era um homem de 47 anos, não era forte, mas se mantinha em forma, nunca se casou dedicou sua vida à carreira militar, era mesquinho e calculista, provido de inteligência suficiente para perder um jogo de damas para um garoto de 12 anos, porém, esperto.

A Estação de Segurança Mundial era uma organização americana integrante do Sistema de Defesa, mantida pelo Governo dos Estados Unidos, com a missão precípua de realizar pesquisas na área de equipamento bélico, com o desenvolvimento e aprimoramento de armas químicas, navios, aviões e submarinos de guerra.

Na década de trinta o general Zarmati se envolveu num escândalo de espionagem e roubo envolvendo pesquisas militares. Mas conseguiu escapar da condenação por falta de provas, graças a queimas de arquivos e o sumiço de indícios essenciais à sua condenação. O general chegou a ser levado a julgamento, mas, foi absolvido.

Após estes escândalos ele continuou a trabalhar como General da E.S.M. O Comandante Geral da Organização ficou sendo o Sr. Roger Dako, um homem de 67 anos, casado, sem filhos, que também se projetara na carreira militar americana, tendo até participado da primeira Grande Guerra.

Uma hora e três minutos da tarde, Snitram chegou a E.S.32, o general Zarmati Ike o esperava, ele o cumprimentou como fazem todos os militares, com uma continência.

___ Sr. Ike, não imagina o que aconteceu! Eu e Marcos Kleister já havíamos terminado todo o anteprojeto da bomba atômica, quando alguém arrombou a porta e entrou no laboratório, roubou os disquetes com todos os dados e matou Kleister. (disse Snitram em tom sobressaltado)

___ Droga! Eu não posso acreditar numa coisa dessas, como sabiam que vocês trabalhavam naquele laboratório? Deixamos que vocês trabalhassem naquele simples e pequeno laboratório, justamente para despistar possíveis espiões. Mas, que droga! Você não tem pista de quem poderia ter feito isso? (perguntou Ike em tom apreensivo).

___ Bem, a única coisa suspeita que ouvi foi alguém gritar: “você esta brincando com Del Marco”. (disse Snitram)

___ O que você fez com o corpo de Kleister? (perguntou Ike)

___ Foi muito difícil por se tratar do corpo de um grande amigo, mas, a necessidade me impôs, dei sumiço no corpo dele, dexando-o num beco sujo de um bairro pobre da cidade e limpei o laboratório, pois, policiais não poderiam saber de sua existência. (falou Snitram)

___ Certo, bom trabalho, verei o que descubro agora sobre o tal “Del Marco ” (disse o General Ike)

O General Ike pegou o telefone sobre a mesa, discou e falou:

___ E.5. (Espião 5), aqui quem fala é o General Zarmati Ike, veja se você encontra alguém que se chame “Del Marcos” nos nossos arquivos, e me ligue informando o mais rápido possível, preciso dessa informação com brevidade.

___ O.k.! Eu ligo para o senhor em uma hora, assim que obtiver alguma informação. (disse o E.5.)

___ Não! Eu quero essa informação no máximo em cinco minutos. (disse Ike em tom imperativo)

___ Nós temos que recuperar estes disquetes, se eles caírem em mãos erradas pode ser catastrófico. Já pensou o nosso próprio País ser atacado por sua própria criação?. Até agora eu me pergunto, como descobriram o nosso laboratório, se isto era uma informação ultra-secreta? (indagou Snitram)

Ike acentuou um tom de preocupação a sua fisionomia. O telefone tocou, e ele atendeu:

___ Encontrei dois indivíduos com o nome de Del Marco nos nossos arquivos, Del Marco Rozze, morto há dois meses em uma operação militar e Del Marco Borge, um mafioso italiano. Consta que ele teve ligação com um incidente envolvendo a E.S.M. na década de trinta... (disse o E.5.)

Ike bateu o telefone e falou:

___ Não encontraram nenhum Del Marco em nossos arquivos.

___ Então vai ficar difícil recuperar esses disquetes. (falou Snitram com desânimo)

___ Bem Snitram, o seu trabalho esta terminado, pode ir para sua casa descansar, tente esquecer um pouco todo esse problema, qualquer novidade eu lhe mantenho informado. (disse Ike com frieza)

Snitram achou estranho, ter sido dispensado assim tão abruptamente porem não questionou nada, e saiu.

CAPÍTULO III

Snitram dirigia-se com a sua Pickup Ford para casa, observando a paisagem bucólica da estrada, tentando esquecer tudo o que lhe acontecera nas últimas horas, quando indagações começaram a surgir em sua mente. Por que Ike se mostra tão despreocupado sobre esse assunto? Será que ele esconde a sua preocupação? Há algo errado!!!.

Snitram pegou o seu telefone celular e ligou para o Centro de Operações da E.S.M. O telefonista atendeu.

___Código Por favor.

___ E.S.M.3462261.

___ Certo, com quem quer falar? Confirme a identificação, por favor, senhor.

___ Aqui é o Sr. Ordnael Snitram, gostaria de saber o telefone de contato ou se possível que transfira a ligação ao E.5.

___ Eu não estou autorizado a lhe dar esta informação. (disse o telefonista)

___ É um caso de emergência, Foi o general Ike que mandou.

___ O número é 555-2423. (disse o telefonista)

Snitram ligou para o E.5:

___ Aqui é um encarregado do general Ike, o que você descobriu sobre um tal Del Marco?

___ Eu descobri dois homens com este nome em nossos arquivos. Um deles já esta morto, o outro é um mafioso italiano, que se envolveu na década de trinta em um incidente da espionagem, e que assim como o General Ike, foram absolvidos por falta de provas. Ai a ligação caiu, não sei o que houve.

___ Qual o seu nome encarregado? (perguntou o E.5.)

Snitram bateu o telefone, engatou uma quinta marcha, pisou fundo e rasgou na pista para Nova York.

* * *

Não acredito que você deu essa informação, você é um idiota eu vou demitir você! Ou melhor, vou te matar! (praguejou Ike, após o E.5 lhe informar o que aconteceu.)

* * *

Snitram chegou em seu apartamento na Wall Street , não era uma mansão mas era uma casa confortável. Ele entrou em seu lar pensando em muitas coisas.

___ Tenho que agir rápido, pois acho que quem mandou roubar os disquetes foi Ike. Ele nos usou para fazer a bomba, dizendo que era encomenda da E.S.M., nos manda para aquele laboratório pequeno a fim de despistar, desvia a verba da E.S.M., e depois que nós terminamos a bomba ou o seu protótipo, ele manda o assassino profissional Del Marco nos apagar, como forma de retribuição pela nossa dedicação e empenho. Só que ele matou apenas Kleister. Foi esse o seu erro Ike... (pensava Snitram em um turbilhão de emoções.)

Snitram pegou algumas roupas, seu gravador, um objeto de valor sentimental, o retrato de sua falecida esposa, colocou tudo em sua Pickup, de volta ao apartamento,abriu um armário, pegou explosivo plástico e armou uma bomba na porta. Depois saiu da casa pela janela lateral, entrou no carro e foi para um apartamento em um bairro pobre da cidade, para não chamar a atenção, deixou o carro na rua a um quarteirão do apartamento que acabara de alugar.

Ele entrou no pequeno quarto do apartamento, deitou na pobre cama, ligou a televisão num canal de notícias, e ficou esperando a que lhe interessava...

Snitram olhou no relógio eram duas e meia da tarde, ocorreu-lhe um burburígma (barulho provocado pelos intestinos, mas que todos acham que vem do estômago, sinal de fome), então ele percebeu que ainda não havia almoçado. Saiu para comer alguma coisa numa lanchonete por perto.

Chegou à lanchonete, pediu um sanduíche quando na televisão que ficava num suporte na parede anunciava uma notícia: “há poucos minutos explodiu uma bomba em um apartamento situado na famosa Wall Street, matando um homem identificado pela F.B.I. como Del Marco Borge...”

Snitram pagou o sanduíche com desconfiança e medo, pagou e apressou-se para o apartamento que havia alugado.

Tudo o que eu deduzi estava correto. Até agora o jogo está empatado, Kleister por Del Marco, coitado de Kleister, ele não merecia ter terminado daquela forma, era um amigo muito bom. (pensava Snitram.)

CAPÍTULO IV

Droga! Del Marco foi morto por uma bomba na casa de Snitram. Isso quer dizer ele já sabe mais do que eu imaginava, subestimei-o, devia tê-lo matado no nosso encontro. Agora não tenho mais saída, tenho que ir atrás dele e acabar com isso. (pensava Ike)

O telefone tocou :

___General chamada para o senhor, de Ordnael Snitram.

___ Fale Snitram. (atendeu Ike)

___ Oi general, gostou? Aquela foi a ultima porta que o imbecil do Del Marco arrombou...

___ Eu vou lhe matar Snitram!. (disse Ike, irado).

___ Será que você esta em condições de fazer isso? Eu vou falar com o Comandante Geral da E.S.M. sobre a bomba que você mandou que eu e Kleister fizéssemos dizendo que era para a E.S.M., da verba que você desviou para as pesquisas... (disse Snitram em tom de ameaça)

___ Como você acha que essas informações garantem a sua vida? (perguntou Ike.)

___Essas informações não garantem, mas o terceiro disquete que eu tenho em mãos sim. Nele estão contidos os últimos cálculos sobre a bomba, sem ele você não faz nada, e se me matar nunca saberá onde encontrá-lo. Eu estou disposto a lhe dar este disquete, se você me deixar sair da E.S.M., apagar meu nome dos arquivos, e me der algum dinheiro para que eu possa recomeçar a minha vida em outro país. (disse Snitram.)

___ Tudo bem, nós nos encontraremos amanhã, 23de fevereiro de 1942, às nove horas da manhã, no Km 17 da estrada New York - Almogordo. Traga o disquete que suas exigências serão atendidas. (disse Ike, pensando negativamente)

___ Combinado. (disse Snitram.)

* * *

___ Tomara que Ike tenha acreditado na história do terceiro disquete. Com certeza ele irá sozinho para o encontro amanhã. Ele pensa que vou falar com o Comandante Geral. Eu só não falo por que quero me desligar da Corporação, e quem fez parte uma vez desse grupo, nunca mais pode sair, só morrendo.... (pensava Snitram.)

* * *

___ Aqui e o general Ike ligue-me com o Comandante Geral da E.S.M.

___ Alô, Comandante Roger Dako na linha pode falar General Ike.

___ Sr. Comandante, minhas continências, um cientista nosso chamado Ordnael Snitram, em uma atitude inadmissível, roubou um disquete contendo todos os dados de um importante Projeto Secreto nosso, e esta nos chantageando, ameaçando passar as informações aos nossos inimigos, ele marcou um encontro comigo amanhã, as nove horas da manhã na estrada N.Y.—Almogordo, Km10. (disse Ike).

___ Eu vou mandar o E.E (Esquadrão de Elite), para ajudá-lo nessa missão, vamos mostrá-lo como se trata um traidor, com requintes de rigor. (disse Dako)

___ Eu gostaria de ter o prazer de executá-lo pessoalmente, posso? (perguntou Ike)

___ Não Ike, vamos prende-lo e julgá-lo, isso servira de lição para todos os cientistas da Corporação. Depois, então ele pode ser executado por você. (disse Dako)

___ Certo comandante. (disse Ike, ligação terminada)

___ Não me agrada essa história desse julgamento, Snitram não pode abrir o bico. Eu vou eliminá-lo.

* * *

7:32 horas, manhã de 23 de fevereiro de 1942.

Snitram levanta-se da cama, sente seu corpo todo quebrado da noite mal dormida. Toma um café horrível daquela espelunca, pega os seus pertences, paga a conta do apartamento, se é que aquilo pode se chamar de apartamento, e então, anda um quarteirão em direção ao sei veículo, entra no carro carrega a sua arma e segue para o local marcado.

CAPÍTULO V

9: 02 horas, manhã de 23 de fevereiro de 1942. ( no local do encontro)

Ike aguardava ansiosamente por Snitram, à beira da estrada, encostado num veículo tipo Jeep, não via a hora de botar as mãos nele e o executar antes que pudesse se defender ou apresentar alguma versão à Corporação.

O E.E era composto por quinze homens, devidamente treinados e capacitados para as mais incríveis e perigosas operações militres, todos estavam escondidos e à postos próximos ao local do encontro, a espera do momento maior, que seria a captura de Ordnael Snitram!

9: 05 horas...

De repente surge na estrada um Ford azul marinho. Ike da o sinal ao Esquadrão que fica em alerta. Snitram para o carro próximo ao Jeep em que Ike estava encostado, desce do carro vagarosamente, desconfiado, coração acelerado, com suor escorrendo nas temporas, com uma mala preta na mão esquerda, e vai ao encontro de Ike.

Um soldado atirador de elite do E.E, escondido num arbusto, a proximadamente trezentos metros de distancia do alvo, mira a sua arma na perna de Snitram, três segundos depois ouve-se o estampido, Snitram cai no chão praguejando, imediatamente todos os homens E.E. partindo de suas posições táticas interceptam Snitram no chão.

Ike adianta-se e pega a mala preta no chão, e pede para um dos soldados abri-la. O soldado, especialista em explosivos, afasta-se do grupo, analisa a situação e cautelosamente abre a mala, com o menor risco de uma eventual explosão. Surpresa! Não havia nada dentro da mala. Ike esbraveja com toda a sua arrogância:

___ Eu vou te matar Snitram.!

___ Não! interpola o Comandante do E.E. Nos temos ordem do Comandante Dako de levá-lo preso, por isso nos não o matamos no início da missão e não o faremos agora...

Os soldados do E.E. algemam Snitram cuidadosamente, cuidaram do ferimento de sua perna, fazendo um procedimento para estancar o sangramento e em seguida colocaram-no no helicóptero que chegara. Assim, o levaram para a prisão especial da E.S.M. a fim de ser interrogado e julgado nos rigores da Lei.

Ike, impotente e sem alternativa, apenas pensava:

___ Snitram não pode falar nada, eu vou ter que eliminá-lo o mais rápido possível. Antes que ele seja interrogado...

A viajem até a localização da prisão transcorreu em tranqüilidade, Snitram chegou à prisão às 10:47 horas daquela manhã, um soldado fez uma revista minuciosa nele, e acabou encontrando um pequeno gravador de voz escondido em um seu bolso interno de sua calça. A sua arma já havia sido apreendida pelos homens do E.E. no momento da sua captura.

___ Não pode ficar com esse gravador. (disse o guarda)

___ Já que eu vou ficar trancado aqui, pelo menos me deixe ouvir musica em paz. (suplicou Snitram)

O guarda trancou Snitram, olhou para ele por uns instantes pensando na sorte infeliz que o aguardava, e num gesto de misericórdia lhe entregou o gravador pela grade advertindo-o:

___ Não o deixe à mostra outros guardas não são “bonzinhos” como eu. Não encontrei nada contigo... Entendido?

___ Muito obrigado! (agradeceu efusivamente Snitram).

Às onze horas da manhã Ike chegou à prisão, procurou de imediato saber onde era a localização da cela de Snitram e quando ele iria ser interrogado. Ficou menos irritado e apreensivo ao saber que ele só seria interrogado na manhã do dia 24.

___ Hoje à noite eu dou cabo dele... (pensou Ike).

CAPÍTULO VI

PARTE FINAL

23:00 horas, noite do dia 23 de fevereiro de 1942.

Ike chegou sorrateiramente no corredor em que se encontrava a cela de Snitram, e falou com o guarda da galeria, que tinha ordem expressa e extraordinária para ver o prisioneiro Snitram. Ike se aproximou com as chaves, abriu a cela entrou e falou:

___ Chegou sua hora Snitram !!!

Snitram que estava deitado em uma cama na pequena cela, levantou-se de sobressalto, e num gesto bem discreto, ligou o seu pequeno aparelho gravador sem que Ike percebesse. E perguntou:

___ Como você entrou aqui ?

___ Influência meu amigo! Influência e poder! (respondeu-lhe Ike)

___ Snitram você sabe demais e por isso deve morrer. (disse Ike apontando uma pistola com um silenciador)

Snitram começa a falar alto, sem alternativa:

___ Quer dizer que você vai me matar só porque sei que você é um sacana, que divulga informações ultra-secretas sobre armas para outros países, por dinheiro, rouba patentes, desvia verbas, e ate manda gente fabricar bombas para você vender? (falou Snitram)

___ Você esqueceu de dizer que também elimino quem se intromete no meu caminho. (completou Ike)

Ike dando um passo à frente, empurrou a arma com o silenciador na direção de Snitram.

___ Vão descobrir que você me matou Ike, você vai se ferrar! (gritou Snitram)

___ Para que existe suborno neste mundo? Tenho certeza que os guardas aqui não vão falar nada a ninguém. (disse Ike)

Snitram meteu a mão na arma, apontando-a para o lado, ela disparou na parede, sem fazer muito barulho devido ao silenciador. Eles continuaram a travar uma batalha, Ike colocou a mão esquerda na garganta de Snitram que com sua mão direita mantinha a arma fora de alcance do seu corpo, ele ainda tinha a desvantagem da perna machucada pelo ferimento do tiro, Ike começava a dominá-lo quando ouviu-se um tiro derradeiro!. Um momento de silêncio...

Snitram fitava os olhos de Ike, cujas pupilas começavam a se dilatar, seus braços de repente começam a perder a força e por fim, ele cai aos seus pés, morrendo em agonia, com os olhos abertos.

___ Obrigado Robert (era o nome do guarda que havia acabado de atirar em Ike) você realmente é um ótimo soldado, e confiou em mim... (disse Snitram).

___ Disponha, o que você me contou não poderia, ser mentira e sé fosse, você não teria como fugir mesmo. Quando vi o General Ike chegar àquela hora da noite e dizer que tinha uma ordem expressa e extraordinária, perdi todas as dúvidas. Você gravou tudo o que ele falou? (perguntou o guarda)

___ Sim, mais uma vez muito obrigado por ter confiado em min. Esta tudo acabado. (disse Snitram).

* * *

A fita com a gravação e os depoimentos de Snitram e do guarda Robert foram entregues ao Comandante Dako, que reconheceu de imediato a inocência de Snitram e que Ike fora o único culpado de tudo o que havia acontecido.

Snitram foi liberado, ganhou uma casa nova em Los Angeles e voltou a trabalhar como cientista da E.S.M., tentando reconstruir sua vida...

Os disquetes com as informações da bomba, foram encontrados em um cofre, na sala do falecido general Zarmati Ike.

* * *

No dia 06 de agosto de 1945, a bomba Atômica é usada pela E.S.M. na cidade japonesa de Hiroshima, e três dias depois em 09 de agosto, em Nagasaki. Com o pretexto de acabar com a guerra. O fogo atômico da irracionalidade humana subjugando o senso de justiça, ceifou a vida de milhares de inocentes... E foi só o começo... do fim.

* ** F i m * * *

Leandro Martins de Jesus
Enviado por Leandro Martins de Jesus em 09/06/2007
Reeditado em 15/02/2012
Código do texto: T519954
Classificação de conteúdo: seguro
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