BATMAN-Blackout

Batman

Blackout

1

Dois copos duplos de uísque sem gelo. Um cigarro pela metade no cinzeiro e uma terrível dor de cabeça, esse é o estado de Jéssica Thomas, advogada, 33 anos de pura beleza e frustração. Jéssica perdeu uma causa que, com certeza, resolveria parte de seus problemas financeiros. Droga de vida. Como pode perder? Onde ela errou? Seu cliente acreditava piamente em seu trabalho. Agora tudo o que restou foi o desapontamento de sua clientela.

- Ei, garçom, me traz mais um duplo e sem gelo, por favor. - fala com voz pastosa.

Ela confere no relógio e acha que ainda pode beber mais um copo. Ainda bem que ela mora perto, só é preciso andar três ruas e ela estará em seu prédio. O pedido chega e com uma sede voraz ela coloca metade da bebida pra dentro sem fazer cara feia. Jéssica bate com força o copo na mesa e depois ajeita seus cabelos negros atrás das orelhas. Pega sua bolsa tira colo procurando sua carteira. Dá mais uma tragada terminando o cigarro.

- Ei, garçom, a conta, por favor.

Conta paga é hora de voltar para o apartamento e curtir o sofrimento. Sim, Jéssica bebeu demais, ela admite que exagerou um pouco. Ela veste seu sobretudo vinho e sai do bar recebendo o vento frio da noite de Gotham. Mesmo de salto alto a advogada consegue andar apressadamente. Em poucos muitos ela entrará na rua de seu prédio onde mora a três anos. Ela passa por um beco escuro e fedido onde roedores disputam uma fatia de pão de forma molhado. Que nojo, assim pensa ela.

Logo atrás da advogada um sujeito magro com roupas largas a segue em silêncio. O moletom encardido assim como o seu rosto ajudam a dar um aspecto assustador. Jéssica continua a caminhar e já é possível ver o imponente prédio. Tudo o que ela quer é chegar, arrancar as roupas e tomar um banho demorado na banheira quente. Mais uma esquina e tudo estará resolvido. De repente uma voz seguida de um hálito podre lhe chama atenção.

- Boa noite boneca, onde vai com tanta pressa?

- Isso não é da tua conta. - continua andando.

- Mais é claro que é da minha conta. - mostra o a arma na cintura.

- Leve tudo o que quiser, só não atire, por favor. - segura a bolsa.

- Não quero dinheiro.

- Então? - Jéssica se apavora.

O marginal passa a língua nos lábios e a advogada entende o recado.

- Não, não, leve meu cartão, meus brincos, tudo menos isso, por favor.

O estuprador começa a ficar irritado.

- Cala boca vadia, esse seu bafo de uísque está me deixando ainda mais exitado. - coloca a mão nas partes íntimas. - venha comigo.

- Não! - vocifera.

Jéssica é arrastada até uma rua onde um morador de rua se aquece em sua fogueira. O bandido o agride com chutes e empurrões.

- Cai fora seu animal.

- Ei, cara, vai devagar, aqui é a minha área.

- Não é mais. - saca o revólver.

- Tudo bem, eu já vou indo. - recolhe seus pertences e corre.

O bandido aponta a arma para a cabeça de Jéssica e sorrir.

- Vamos, faça o que tem que fazer.

- Por favor, não.

- Cale a boca vagabunda, vai tirando a roupa.

O sobretudo cai. Em seguida a blusa. A calça também vai parar naquele chão encardido. O estuprador saliva ao ver o corpo maravilhoso da advogada.

- Fique de quatro, bem ali.

A única luz que iluminava aquela rua de repente explode fazendo com que o pavor de Jéssica aumente consideravelmente. O meliante toca em sua região glútea forcando a calcinha. Ele está pronto para consumar o fato quando uma figura sinistra surge na penumbra.

- Mais que droga, eu falei para você dar o fora. - segura o cabelo da mulher.

- Quem vai dar o fora aqui é você.

A voz da figura é rouca e ela possui uma capa que é jogada de um lado para outro cada vez que o vento bate forte.

- Quem é você?

O homem-morcego abre os braços junto com a capa intimidando o bandido que esquece de vez a mulher.

- Ba, Ba,.. - gagueja.

Ele é seguro com veemência pelo colarinho e quase erguido no ar.

- Sou o Batman.

- Socorro, alguém me ajuda.

Para fazer o bandido se calar é aplicado um forte soco na boca do estômago. O bandido não só perde a fala, mas também todo o ar. Ele é solto e tenta sacar outra vez seu revólver e atira. O homem-morcego sai da linha de tiro e depois o chuta no rosto. O golpe é tão forte que é possível ver um dos dentes saindo voando.

- Ai, meu Deus. - coloca a mão na boca. - Seu desgraçado. - cospe uma boa quantidade de sangue junto com saliva.

- Venho seguindo seus passos a alguns dias e agora te peguei. - Batman olha para a mulher seminua. - coloque suas roupas.

Jéssica pega as peças no chão e sem muito equilíbrio começa ase vestir. O estuprador é ainda uma ameaça. Ele se levanta e tenta investir contra o justiceiro mascarado. Sim, é uma briga desigual, Batman aplica um direto que explode o rosto magro do meliante que volta a cai segurando o nariz.

- Você quebrou meu nariz.

Por fim o homem é apagado por um mata leão e amarrado ao poste. Jéssica acompanha tudo tremendo. Serviço terminado, Batman se volta para ela.

- Vou levá-la até a porta de uma delegacia, esse tipo de crime deve ser registrado, quem sabe eles reforçam o patrulhamento nessa região.

- Sim, sim.

Fixado as roupas do estuprador um papel escrito com o batom vermelho de Jéssica “Entrega para o comissário Gordon” FIM

Júlio Finegan
Enviado por Júlio Finegan em 13/08/2018
Código do texto: T6417632
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