Skelkunarstafur

[Continuação de "Draumstafir"]

[Fyrirvari: þessi smásaga er hluti af áframhaldandi og óunninni sögu sem gerist á Íslandi]

A porta do escritório do inspetor Ormar Halldorsson abriu-se sem dificuldade, revelando a presença do assistente Dyri Steinkellsson coberto por uma capa de chuva molhada. Perante os olhares interrogativos do inspetor e de sua visitante, Salóme Sigtryggsdóttir, retirou rapidamente a capa e a pendurou num cabideiro na antessala.

- Eu não ia entrar molhado desse jeito - desculpou-se, antes de finalmente entrar.

- Não imaginei que faria isso nem por um segundo - sorriu o inspetor. - Mas estávamos esperando... outra pessoa.

E lançou um olhar provocativo para a idosa, que apenas balançou negativamente a cabeça.

- Não é tão rápido assim, inspetor - redarguiu ela, tomando um gole de café.

- Acho que peguei a conversa pelo meio... - comentou Steinkellsson sentando-se ao lado de Sigtryggsdóttir e apontando para a xícara do inspetor. - Ainda tem café?

- Claro! - Retrucou Halldorsson, enchendo outra xícara e a passando-a com o açucareiro para o assistente. - Como foi lá no porto?

- Tudo em ordem... as amostras já devem estar a caminho do laboratório forense, na capital. Quem sabe eu não deveria ter ido junto para agilizar, inspetor?

Halldorsson fez uma expressão dúbia.

- Imagino que iria aproveitar para ir à sua danceteria favorita em Reykjavík...

- Bom, temos direito a um pouco de lazer após o expediente - ponderou Steinkellsson.

- Muito justo - concedeu o inspetor.

Fora do prédio, a chuva caía inclemente. Ouviu-se um trovão abafado e as luzes piscaram.

- Só faltava agora acabar a energia - Steinkellsson parecia preocupado com a tempestade de verão.

- Levamos a senhora para o hotel, fique descansada - assegurou Halldorsson para Sigtryggsdóttir.

- Grata, inspetor... mas estou mais preocupada com o que pode estar andando por aí debaixo de tanta água - argumentou Sigtryggsdóttir, testa franzida.

As luzes piscaram novamente e se apagaram. Como ainda era dia, o escritório ficou mergulhado na penumbra.

- Melhor abrir a porta para entrar mais luz - sugeriu Halldorsson para seu assistente.

Steinkellsson ergueu-se e girou a maçaneta. Do outro lado, imóveis e pingando água dos uniformes pretos, estavam os policiais Gudfinnursson e Saivinsdottir.

- Caramba! Vocês me deram um susto! - Exclamou ele. - Não vão querer entrar molhados desse jeito, não é?

- Não temos essa intenção - respondeu Adriel Gudfinnursson com um sorriso pálido.

[Continua em "Vegvísir"]

- [20-02-2019]