181 Traição na caserna

Na década de 80 morava na cidade do Morro bonito, no estado das Campinas, na República das Bananas; era soldado da Polícia Militar havia 2 anos, tinha uma namorada negra que chamava muito a atenção por onde passava. Ela fazia o curso de enfermagem e trabalhava no hospital municipal. Eu era fascinado por ela e vivia fazendo declarações de amor todo o tempo.

Certo dia, por volta da meia-noite, um amigo veio em minha casa dizendo que tinha algo para me contar. “Diga logo. ” “Vi a sua namorada entrado num motel num carro cor prata, até pensei que fosse você. “ “Oxe, não saí de casa hoje não, estou estudando para uma prova da faculdade de Direito. Você está zoando! “ “Tô não, é verdade, amigo! Vamos lá conferir! ”

Ficamos de campana por 3 horas na saída do motel, quando um carro com os vidros escuros saiu. Ao pararmos o carro, saíram de dentro a minha namorada assustada e o sargento, meu chefe, que também estava surpreso. Entramos em vias de fato. Dei um tiro para cima só para assustá-los e logo apareceu uma viatura com 03 policiais, que me conduziram para o quartel e me deixaram detido.

No dia seguinte fui convidado a assinar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), em que prometi ao sargento deixá-lo em paz com a sua nova namorada. Apertamos as mãos e seguimos em frente como amigos de caserna. Passado um ano, o sargento capotou a viatura e morreu. Ela voltou para a sua cidade natal noutro estado, e eu por ter dupla cidadania voltei a morar nos Estados Unidos onde passara no concurso do FBI.

Goiânia, 08-03-2021

Alonso Rodrigues Pimentel
Enviado por Alonso Rodrigues Pimentel em 08/03/2021
Reeditado em 18/03/2021
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