CULPA

A corrupção corria solta naqueles dias onde não se sabia mais o que era certo ou errado. Dr Mário, advogado famoso por defender os clientes nas causas de difícil solução enriquecera do dia para noite. Tinha uma bela família e supunha-se que a vida lhe sorriria para sempre.

Depois de tantos anos de sucesso eis que defendeu um elemento por seu crime de importunação sexual contra suas duas jovens enteadas.

O fato é que no mesmo dia que foi solto e inocentado, o meliante aproveitou a ausência de sua companheira que saíra para trabalhar, para praticar com perversidade o crime que chocou toda região. As jovens foram encontradas já sem vida naquela mesma tarde de sexta feira, com requintes de grande perversidade, logo após os vizinhos comunicarem à polícia sobre gritos que se ouviam de dentro da casa...

O remorso tomara conta do Dr. Marcio, não conseguia olhar para as pessoas que antes o aplaudiam por seus feitos, mas que agora o condenavam através de olhares, cochichos e abordagem hostil.

Certa madrugada, saiu silencioso e desatinado, seguiu em frente pelo mundo afora. Tornara-se inquilino andante, nômade errante, encostando seu cansaço na sombra das árvores de tantas estradas.

Olhando as matas floridas, a relva macia, deitava-se, aquecia adormecendo. Mas logo despertava, pois a ferida aberta que lhe corroía a mente, machucava, sufocava! Não ligava mais o cansaço, e em largas passadas na doida busca a procura da paz não ligava mais o antigo fascínio pela sua posição social. Traçou sua rota na sina maldita rumo à encruzilhada. O que acreditava não mais existia. A mente desfez na sua alma engessada.

O coração embruteceu, já andava sem pressa, rumando ao final descansando enrolado , no banco da praça ou na beira da estrada!

Liraagi
Enviado por Liraagi em 30/09/2021
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