SEM UM BEIJO, SEM TEU ABRAÇO, MAS EU AINDA TE AMO

O intuito era de viver contigo tudo daquilo do qual foi nos tirado há anos.

Era matar covardemente a saudade nos envolvendo fortemente um ao outro. Enfim, tudo nos surpreendeu.

O que era para ser o reinício de nossa vida, foi o fim daquilo que nem bem começou, mas que sonhávamos e desejávamos.

Que pena! Tudo não passou de um sonho e esperança perdida.

Jurávamos de que a noite vinte e cinco de setembro de dois mil e nove, seria inesquecível. E foi, mas não do jeito que merecíamos.

Encontrava-me no quarto do hotel do qual havíamos acertados de nos encontrar em poucas horas daquela noite. Seria às vinte e uma horas. Cheguei uma hora mais cedo para uma surpresa te fazer.

Solicitei o seu prato predileto. Vesti a peça de roupa da qual você sempre me lisonjeava.

Que droga! Minutos antes de nos encontrar, o aparelho tocou. Cismei ser você chegando inesperadamente.

Que nada! Era um dos funcionários do SAMU avisando do seu grave acidente.

Tenso, larguei tudo do que estaria fazendo e corri para te mostrar o quanto não estaria sozinha.

Que tragédia! Chegando ao local, nem pude ouvi-la pela última vez. Nem uma recepção ou despedida houve entre nós.

Quando percebi, você estava no chão, enrolada a um pano branco, onde segundo os policiais de plantão, aguardava o cara do Instituto Médico Legal.

Que dor! Fui proibido de tocar em você. Os poucos minutos que atrevi te encostar, os policiais me impediram.

Fui obrigado a sentar na sarjeta e brigar silenciosamente com a vida em razão de ela ter sido tão cruel conosco!

De repente, começou a chover bem fraquinho. Seu corpo umedecido, vi há longas horas aguardando pela chegada do Instituto Médico Legal.

Não ausentei um minuto do pouco espaço oferecido entre nós. O carro do IML chegou e te colocou num enorme caixote de ferro, onde partiu.

Horas mais tarde, já pela boca da manhãzinha, teu corpo foi velado.

Tentaram me dopar. Neguei! Fui rude e coloquei minha vida em risco. Preferi ficar sóbrio no que pude ao nossos últimos instantes desta vida. Nem de roupa eu troquei. Permaneci com peça da qual seria o nosso último encontro.

Já você, a roupa da qual estava, foi desfeita e sem orientação minha foi dada um paradeiro.

De você só pude guardar as mais belas palavras de nosso último contato via celular. Algo que eternizei dos nossos poucos momentos vividos.

escritor Rogério Rodrigues
Enviado por escritor Rogério Rodrigues em 23/10/2021
Reeditado em 01/05/2022
Código do texto: T7369866
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