Colombia movie (ou eu não quero viver essa vida)

A vida na minha cidade é uma coisa infernal, andar nas ruas é um martírio. Fica-se com a impressão de que todos estão tramando contra você, e se estiver chuvendoo desespero aumenta e faz você querer só correr pra casa.

Quarta-feira, junto com a chuva e seus trovões, ouviram-se tiros de revólver. Era o imbecil do Julinho puto da vida por ter perdido sua garota para um cineasta colombiano famoso. Julinho era um cretino viciado em heroina e tentava acertar ratos com seu 38 todo esculhambado.

Quando a polícia apareceu a rua já estava tomada por um aguaceiro. Noite alta, pra lá das dez. O barulho dos pneus dos carros causavam um terrível incomodo em sua cabeça. Como se ele tivesse inalado meio litro de benzina e estivesse conhecendo o mundo de desenho animado. Julinho apertou o gatilho do 38 contra sua cabeça. Mas o desgraçado não morreu e vive em cima de uma cama cuidado pela mamãe. Ela está sempre lá pra dar comidinha e lhe aplicar aquelas agulhadas imbecis

Julinho, seu estúpido, vai queimar no inferno. Como você pode fazer isso a su madre? A SU MADRE? No se pode hacer uma cosa dessas a uma madre, meu querido.

Sou um puta cineasta. Tenho uma moral de king kong e moro com uma garota suburbana de 15 anos. Chama-se Clarice e eu fiquei de lhe dar uns belos silicones ainda esse ano.

Eu estava bebendo e conversando com uma amiga e não aceitava a presença de Clarice no apartamento enquanto estivesse acompanhado. Quando ouvi a gritaria lá embaixo me debrucei na janela para saber o que era e vi um garoto, magérrimo e esfarrapado Clarice! Clarice! O garoto tinha um pacote. Minha amiga saiu correndo e mandou o garoto embora, não sei quem ele era mas fiquei com ciúmes. Ouvi tiros. Três tiros, para ser preciso. Olhei de novo e o garoto havia acertado a menina, ambos estavam mortos na rua. Tinha polícia ao lado dos corpos.

Certamente foi a policia quem atirou