Beco dos marginais

Num bairro periférico situado

mesmo ao pé de um morro

tanto violento como também barulhento,

todos os dias logo após o almoço

via através da janela do apartamento

do meu amigo onde estava

por uma semana hospedado,

sempre no mesmo lugar, de fato,

estacionar um camburão

onde os policiais civis dele saíam

e, diagonalmente ao bar caminhavam

e, ali algumas horas ficavam

tanto bebendo como se interligando

literalmente com alguns dos traficantes

por serem cúmplices, é claro.

Na semana que passei ali

francamente fiquei abismado

por definitivamente agora entender

como os negócios no mundo do crime

realmente funcionam, de fato.

Outro motivo que tanto me abismou

como também literalmente me apavorou,

foi claramente quase toda noite

assustado despertar no meio da noite

com os terríveis barulhos

de tiros vindos de armamentos

de realmente grossos calibres,

causando com isso sempre vítimas

até mesmo totalmente inocentes

devido as inúmeras balas perdidas

que lamentavelmente tantas crianças matam

assim como cidadãos, de fato.

E, quando uma nova aurora chega

e os corpos finalmente são coletados,

além de claramente demonstrarem

marcas de uma guerra,

geralmente são corpos de jovens viciados

que aderiram ao crime após terem se tornado

totalmente dependentes das drogas

que, literalmente lhes mataram.

Enquanto isso um novo dia começa

e, essas vítimas naturalmente passam

à serem apenas números

desse bairro periférico, é claro,

pois quase automaticamente são substituídas

nesse realmente mega negócio

qual, nunca irá terminar, de fato,

e quem morreu foi quem perdeu,

embora não seja assim que veem, é claro.

Silvio Parise
Enviado por Silvio Parise em 15/11/2023
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