Uma fria noite por não querer usar cobertor.

A noite era fria, podia-se ver a queda de névoa como um véu pálido estendido de par em par nos braços do céu, era 7 de setembro de 2008, dia da independência do brasil, ou noite. - grande coisa essa de independência. Afirmava um homem bêbado com uma garrafa de péssimo vinho na mão esquerda, jogado ao léu num frio assento de pedra de uma parada de ônibus. Ele tinha 22 anos, mas aparentava mais de 30, pois sua face parecia surrada pela vida e magoada pelo sofrimento. Sentia-se um mártir, uma criatura depressiva e desnorteada vagando errante por rua escuras de samambaia.

Em sua cabeça ouvia-se vozes que lhe falava sobre a vida e o que passara...indagações eram freqüentes juntamente com as lamentações e frustrações correntes. Sua família era um droga na sua opinião, sua vida um espelho turvo, sentia-se andando as cegas pela existência. Se é que realmente existisse. Não seria apenas uma infame história inventada?- ele se perguntava.

A última vez que esteve em casa, teve uma discussão com sua mãe. Mulher velha, cheia de vícios e de uma mentalidade de um drogado adolescente. Ele pensava no quanto era triste ser filho desta figura disforme e sem valores. Seu irmão mais velho era um simpatizante de traficante, na sua casa cada um por se e “danem-se os outros”.

- Meu Deus o que vou fazer? Puta merda! Estas eram suas freqüentes palavras em momentos de angustias e tormentos. Nestes momentos, ele só queria beber e seus cabelos arrancar. Era o que acabava fazendo, já estava até careca de puxar os cabelos; criatura magra, seco como um cadáver mumificado. A expressão em sua cara era de um doente(duente), daqueles duendes feios e cheios de verrugas de contos de terror. Já fazia mais de uma semana que estava fora de casa, ali e acolá. Pela incerta sorte das ruas, cheias de meliantes, gatunos, putas e vagabundos. Uma vez tomou um grande carreira de um bando de pivetes em pequenas bicicletas, acabaram levando-lhe a carteira com pouco menos de 2 reais, não costumava andar com dinheiro, por nunca Ter para andar(quando não roubava das carteiras dos amantes da sua mãe). Não tinha, por que nunca ficava muito tempo em nenhum trabalho.

Estava no meio de algum de seus sujos pensamentos, quando foi interrompido por uma voz que dizia: - o que faz aqui meu filho? Era o pastor da igreja da sua irmão, uma que era beata, cheia de cerimônias e falsos pudores. Respondeu então: - estou bebendo, deseja um gole? – não, obrigado aos olhos do Senhor nisto não há graça! Recusou, apontando para o céu. O pastor então lhe entregou um daqueles folhetos com alguma passagem da bíblia e partiu, joão nem ao menos leu, simplesmente amassou o papel e jogou o na rua. Continuou a se lamentar pelas desventuras de viver, enquanto sorvia as ultimas gotas do vinho ruim que trazia consigo, máscara da sua covardia diante dos problemas da vida(...)

Ele parecia mesmo muito infeliz não tinha: casa, carro, emprego fixo, mulher, educação e seu pai era um homem odioso. Seu pai, nunca deu-lhe a devida atenção. Não para este homem que era seu filho, mais deu muita atenção a seu amante Claúdio e deu muitas outras coisas, sabe lá os céus... Ele sentia vergonha do pai, ainda mais quando encontrava este fantasiado de mulher nas noites que não eram carnaval. – Meu Deus, eles são tão loucos! – ele gritava, quando passava por sua cabeça algum flash back insano. As pessoas que passavam sorriam, pois achavam graça de um idiota bebendo que gritava repentinamente, outras sentiam pena de sua desgraça. Que mar de problemas sem incessante fim, fé lhe faltava e pessimismo tinha de sobra. Então ficou cansado e resolver esquecer por um momento seus problemas adormecendo.

...Era 9 horas da manhã quando o telefone toca, e Maria joana que estava deitada levanta e calça a sandália e atende o telefone. – alô! Pois não? E por um estante fica muda, esboçando uma cara de tristeza. Seus filhos que já estão a sua volta, perguntam o que se passa. Esta um tanto sem jeito responde que é do IML. – vamos ao então ao IML. Afirma Cervantes, passando a mão no ombro esquerdo de sua mãe.

Chegando lá... um homem de branco lhe pergunta: - é seu filho? Apontando para um corpo congelado dentro de uma gaveta. Ela pasma responde:- sim, este é meu filho joão! E derrama-se toda em lágrimas, enquanto os filhos lhe abraçam. Então então a triste figura, quer fora encontrado morto no bando de uma parada. Não se sabe bem como este morreu, o médico disse que de overdose de uma bebida ruim, joão diria que de desgosto. Ele que nunca tinha chamado tanto a atenção e a comoção da sua família parecia Ter uma expressão no rosto de serenidade. A paz chegou cedo para este rapaz que poderia Ter conseguido realizar a grande caminhada da evolução e realização. Cerrou os olhos e morreu.

J F de Sá
Enviado por J F de Sá em 06/10/2008
Reeditado em 29/05/2014
Código do texto: T1213726
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