Desejo autêntico
“O quarto capítulo: sem razão de ser.”
Eu poderia ter você, com minha vontade violenta, mas sou corpo e alma. Para amar necessito de reciprocidade contínua.
Você e eu não temos amado, acima de todas as coisas. Temos construído muralhas que nos impedem de ir além..
Por receio de partir em pedaços a cara, temos evitado cair de joelhos, pois isso seria o início de uma vida cheia de incertezas
Sim o amor não é seguro, nem tão pouco confiável. É incerto. Ainda que ele seja um instrumento para manter acessa diversas partes que temos em comum.
Afinal, não somos inteiros sozinhos, nem metades estando juntos.
Isso apavora:
A falta de probabilidade, a falta de onipotência, a falta de coerência. Descontrola, aumentando mais e mais o sentimento.
Ao mesmo tempo, instiga o fugir, como bons animais que somos – fugimos para não ser presa um do outro.
Esse temer análogo é que nos mantém longe, afastados, sozinhos. E apesar de conhecer todas as sensações sufocadas, ainda assim, buscas na censura, uma fala para chamar a atenção do ser, aparentemente quieto e distante.
Não somos puros e ingênuos. Somos qualquer coisa tentando parecer organizados demais.
Era bom não entender de tudo, não ter linha divisória. Descobrir sem querer, ou se querendo: acontecer, pra dar sentido.
Não importa ser lúcido ou estúpido, é ridículo comparar quando a inquietação é insuportável.
Mesmo no ritmo desigual, sem razão de ser... A energia sensual continua transparente.