... Continuação dos capítulos anteriores postados aqui no Recanto.
 

A lenda de Hiphitusi


23. No fundo do mar
 

Com a descida lenta do mini submarino, o silêncio tomou conta de todos, formando um belo e propício espaço para meditações.
Enquanto Roi se via novamente como um garoto que brincava com os amigos de explorador, armado de uma espada de madeira e conseguindo encontrar vários tesouros em suas conquistas, Vanuzia também recordava das antigas histórias que lera quando adolescente sobre os grandes descobrimentos do passado. Ambos jamais sonharam em viver de fato tal emoção, que um dia não passaram de simples imaginações que ocorrem aos jovens sonhadores e agora estavam ali, na busca por quem sabe um dos maiores tesouros que a humanidade ainda desconhecia.
Kedaf, por sua vez, deixava a mente vazia como somente ele poderia fazer, sempre atento a todos os detalhes que a missão exigia. Sabia que não teriam que se aprofundar demais no oceano, pois tudo indicava que Hiphitusi estivesse localizada na dorsal Meso-Atlântica, também conhecida como Crista Oceânica do Atlântico, que nada mais era que uma cordilheira submarina que se estende sob o oceano Atlântico e o Ártico.
Ao visualizem a dorsal, Kedaf pediu que seguissem para o norte o mais próximo possível dela. Ao lado da cordilheira podiam notar algumas largas fissuras que estudos apontavam que possuíam cerca de 5 quilômetros de profundidade. Eles contavam não ter que arriscar a entrada em nenhuma delas, pois levariam anos em explorações que poderiam não resultar em nada.
Seguiram silenciosos por mais de duas horas. Kedaf já imagina se não seria melhor retornarem rumo ao sul quando foi alertado pelo tripulante que conduzia a embarcação sobre um recorte existente na cordilheira um tanto incomum, pois tinha um formato ovalado.
Roi e o falso príncipe  trocaram um olhar e não precisaram dizer mais nada. Com certeza estavam diante de mais uma das coincidências que a missão colocara em seu caminho ou finalmente poderiam concluir que haviam conseguido, após todas as dificuldades, encontrar a origem da lenda.
Continuaram navegando lentamente e se puseram sobre a grande depressão que se abria e descobriram que estavam sobre um algo parecido com um buraco negro. Roi já estava colocando roupas de mergulhador quando o mini submarino começou lentamente a descer.
-- Kedaf, creio que seja melhor descermos mergulhando!
O falso príncipe soltou mais uma de suas gargalhadas.
-- Eu concordo com o amigo, mas creio que alguém lá embaixo não concorda!
Roi confirmou com o tripulante que os conduzia que estavam sendo puxados para baixo. Poderia ser alguma atividade magnética, ele não tinha certeza, mas os aparelhos haviam parado de funcionar na mesma hora.
Foram descendo e a escuridão envolveu a embarcação. Após algum tempo a exploradora quebrou o novo silêncio que caíra sobre eles.
-- Não será melhor sairmos? E se formos arremessados contra a crosta oceânica?
Ninguém respondeu. Estavam todos espantados, pois o mini submarino acabava de deixar para trás o início de uma construção, que só foi possível ser vista devida a luz dos refletores da embarcação.
Um som metálico estridente rasgou os ouvidos da equipe, quando a base do mini submarino chocou-se contra alguma coisa e ele virou para o lado, pegando a todos de surpresa. Nessa posição, ainda de lado, finalmente estacionou no fundo do oceano num baque surdo.
Mesmo caídos uns sobre os outros, a bela exploradora conseguiu ver que agora os refletores iluminavam uma grande porta, que vagarosamente se abria, permitindo que conhecessem enfim os mistérios de Hiphitusi.
 
  
 
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24. O cemitério submarino
 

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JGCosta
Enviado por JGCosta em 23/01/2010
Reeditado em 25/01/2010
Código do texto: T2046468
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