Asfalto

Sentada em uma calçada, a rua estava vazia e o céu encoberto... Pensamentos pertubando meu coração que teimava em querer ficar quieto.

O frio tomava de conta da minha pele e ali mesmo onde estava tentava me aquecer...

Uma pedra nas mãos risquei o asfalto desenhei os primeiros traços do que representava meu coração... O velho e grande espaço pintado de branco marcando muito mais da ametade do meu coração representava minha solidão, o restante do espaço não tinha importância, afinal de contas tudo que é minoria ninguém se da o trabalho de se preocupar.

O vento forte na rua trouxe aos meus olhos alguns ciscos e flashes de lembranças.

Por alguns segundos meu coração parecia querer parar de bater e a minha respiração ficava intensa, no peito um grande aperto e as minhas mãos soltaram invonluntariamente a pedra na qual traçava meu coração no asfalto.

Os pequenos flashes foram se transformando em cenas reais em minha cabeça, olhos, abraços, sorrisos, momentos e até mesmo tristezas passadas.

As minhas lágrimas foram descendo rapidamente de meu rosto, jorravam como uma torneira esquecida aberta, caía ao chão apagando assim todo aquele velho espaço pintado de branco, o vento levava para sí as minhas lágrimas, minhas mãos elevadas a cabeça estampava na cena o meu desespero, a morte sabe que sempre me aproximo dela sempre que o meu passado atormenta o meu presente.

Ali onde estava comecei a caminhar, rumo ao nada e sem ter lugar pra chegar, os passos foram ficando distantes e de longe já não podia ver no chão o espaço vazio deixado para trás.

Caminhando eu sempre via de longe a morte me esperando nas esquinas por onde passava, mas o vento me abraçava e soprava forte contra meu corpo tentando me impedir de caminhar, mas nada poderia naquele momento parar os meus passos... Cansado ele parou de tentar ficou pra trás e eu pude sentir aos poucos o seu soprar gelado ficar para trás totalmente dececpionado, enquanto em cada esquina eu pudia ver a morte com um sorriso estampado e de braços abertos.

De longe eu pude ouvir o vento a gritar desesperado, mas sem olhar para trás ele ficou a observar os meus passos sumindo de longe para o nada.

Beatriz Uyara
Enviado por Beatriz Uyara em 05/12/2011
Reeditado em 05/12/2011
Código do texto: T3372389