O fantasma e a máquina

Era apenas um dia comum, como todos os outros. Sem risos, sem lágrimas, apenas a monotonia do dia a dia. Todos, apenas seguindo suas rotas. Ainda não acredito que por um dia eu fui livre para voar. Peregrinamos por muito tempo, apenas para vislumbrar a luz de uma única noite, que duraria uma eternidade. Enfim, todos os esforços demonstraram-se úteis.

Por um bom tempo, estivemos naquela imensidão negra, até sermos atingidos por todo aquele êxtase. Uma misteriosa silhueta chamava minha atenção, ela mantinha-se sempre no mesmo lugar, fazendo apenas leves movimentos. Ela simplesmente não estava ali, seus sentidos viajavam por diversas dimensões, desconhecidas até pelo mais sábio dos homens. Tudo aquilo me fascinava.

Por um breve momento estivemos de volta à imensidão. O êxtase, a ansiedade, tudo me fazia delirar, foi quando pudemos vislumbrar a luz. Era quase irreal, muitas eram as emoções para um único ser suportar, entregamos nosso corpo e mente ao divino. Nossos sentidos estavam elevados, podíamos ver mundos e mundos sem um mínimo movimento. Nesse momento pude ver a silhueta misteriosa, quase podia tocá-la. Estava logo a minha frente, e em um simples piscar de olhos, já não estava. Seus sentidos eram superiores aos dos homens, ela não estava ali, mas eu sentia sua presença por todo o lugar.

Nunca esquecerei de que pude vislumbrar a mais formosa das criaturas. Nunca me esquecerei da eterna noite que nos cerca, enquanto tocar a mesma canção em nossos corações.

Johnny Baldwin
Enviado por Johnny Baldwin em 06/06/2012
Reeditado em 04/06/2014
Código do texto: T3708645
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