A CEIA DOS GUARDIÕES LITERÁRIOS

A CEIA DOS GUARDIÕES LITERÁRIOS

Chegavam sempre às seis da noite com os sinos da matriz de Santo Antônio anunciando a hora do Ângelus. Sentavam sempre na mesma mesa e pediam sempre a mesma coisa: uma cerveja, meia-garrafa de aguardente e um pratinho de sarapatel. Naquele dia, Matias parecia fugir do burburinho da cidade. Era véspera do Natal e uma maioria retardatária invadia as lojas em busca de presentes e artigos para viverem mais uma vez a magia de uma noite especial. Na verdade, Matias fugia de si mesmo. Apesar do intenso movimento a venda de limão não fora boa. Após o almoço ele pensou em comprar algo para o filho que haveria de nascer. Lembrou comovido o olhar de ternura da mulher. Vê se não chega tarde, disse ela apertando-lhe os dedos. Ele saiu pulando as tábuas da palatifa, jurando que o filho não nasceria sem a sua presença. Cinco horas da tarde e ainda não tinha apurado nem dez reais no comércio azedo do limão. Esperou mais meia hora, guardou o produto no depósito e saiu em direção à Rua da Roda. Tinha a certeza que conseguiria algum dinheiro com a turma a tempo de comprar um brinquedo para o recém-nascido.

Quando Kid Moringueira e Zito Caraolho chegaram já era noite.

— Vou beber pouco, quero chegar cedo em casa, anunciou Kid colocando a bolsa em cima da mesa.

— Cadê o Mané Pelintra? Perguntou Matias

— Não veio trabalhar. Torceu o pé no futebol. Está com o pé inchado, explicou Zito.

— Hoje está tudo atrapalhado, emendou Moringueira. O movimento foi uma merda, e ainda por cima o fiscal da prefeitura empombou comigo, tive que “molhar” a mão dele.

—Também vendi muito pouco — continuou Zito pedindo dois copos à garçonete — mas vamos comemorar. Natal é Natal.

— Que houve com os “Mosquiteiros” — perguntou a garçonete já familiarizada com aqueles fregueses habituais — estão com uma cara!

— Traz mais uma cerveja — ordenou Matias desistindo de pedir dinheiro emprestado aos amigos.

Aos poucos o pessoal foi saindo. A Praça ficou vazia. Apenas os três homens sentados. Perto das onze horas a garçonete avisou que precisava fechar o bar. Kid Moringueira, o menos bêbado, entregou a bolsa-capanga para a moça, articulando as palavras com certa dificuldade.

—Vê se o dinheiro que tem ai dá pra pagar!

—Não precisa Moringueira, está tudo anotado, depois vocês pagam, disse ela.

—Então vamos tomar a saideira!

—Só se for em outro bar! Vamos fechar mais cedo por causa do natal.

Matias tentou se levantar, mas acabou sentando na calçada. Os amigos tentaram erguê-lo, mas acabaram também sentados junto dele. Vencidos pelo álcool e pelo cansaço os três adormeceram. Com a primeira badalada da meia-noite Matias levantou-se. A praça estava completamente vazia, exceto pela figura de um homem lendo jornal debaixo de uma luz amarelada. Ao menos tem uma pessoa ali, vou ver se arranjo um cigarro. Ergueu-se com dificuldade. A cabeça doía. Aproximou-se hesitante da estátua de Mauro Mota:

— Tem um cigarro, companheiro?

Nenhuma resposta, nenhum movimento, Matias insistiu:

—Ô meu chapa, dá pra parar de ler esse jornal um momento?

A luz aos poucos foi passando para um tom prateado. A voz do Matias, como um sopro de vida, fez a estátua mover-se, voltando-se lentamente para o vendedor, e respondendo:

—Não fumo, meu amigo, mas adoro uma boa conversa. O que houve com você?

— Comecei a comemorar logo cedo com uns amigos.

— Comemorar o quê? Respondeu Mauro Mota dobrando o jornal.

— Ora, o natal, não está vendo a cidade decorada, a música natalina?

— Rapaz, eu estava esquecido. Acho que estou atrasado para a ceia.

— Que ceia meu chapa?

— Este ano resolvemos fazer uma ceia de natal. Foi uma idéia da Clarice, assim a gente bota em dias os assuntos, se revigora para a tarefa de guardar a cultura literária do Recife.

— Guardar o quê? — Matias resolveu sentar. — Você não está velho para ser segurança?

—Você é daqui mesmo, do Recife?

—Sou e não sou. Nasci em Palmares, com dois anos meu pai morreu e viemos morar aqui. Casei e minha mulher está esperando um filho.

— Nunca ouviu falar nos Guardiões Poéticos do Recife?

— Conheço a guarda municipal, mas os vigilantes são bem mais jovens.

—Bem, nós também fazemos uma espécie de guarda, mas é bem diferente do que você está pensando. Eu sou Mauro Mota e fui colocado como guardião nessa praça para inspirar a leitura nas pessoas que transitam ou visitam essas livrarias de livros usados, ou que vêm tomar alguma coisa nesses bares.

—Então o senhor está aqui todo dia?

—Exatamente, de dia e de noite, sempre vigiando a praça.

—Confesso que nunca o vi.

—As pessoas só vêm o que querem. Atualmente elas andam muito apressadas, não têm tempo de parar para refletir um pouco, contemplar o rio, olhar o céu, ouvir uma poesia.

—Aí está uma coisa que eu gosto: poesia, principalmente do Assaré. O senhor sabe declamar alguma dele?

—Do Assaré a que eu gosto de ouvir é a Triste Partida. Vamos fazer o seguinte, vamos para a ceia, lá você terá oportunidade de me conhecer melhor, além de conhecer também os outros guardiões. A gente pede pro Luis cantar pra gente essa música.

—Luis Gonzaga? O Rei do Baião?

— Ele mesmo.

— Ele não morreu?

— Os poetas e os artistas nunca morrem. Eles fazem uma longa viagem, mas sempre voltam. E voltam mais revigorados, mais vivos do que nunca.

—Não posso ir com você. Tenho que dar um jeito de ir pra casa. Minha mulher está pra dar a luz. Nessa altura já perdi o ônibus. Tou lascado.

—Esquenta não. Vai dar tudo certo. Depois da ceia muita coisa boa acontece. Essa noite é mágica.

—E os meus dois amigos ali?

—Eles estão protegidos pelo silêncio e pela solidão. Ninguém vai mexer com eles. Vamos lá.

Ao deixarem a Rua da Roda, pegando a Dantas Barreto, eles ouvem uma voz maravilhosa numa canção conhecida.

“Minha vida é andar por esse país, Pra ver se um dia descanso feliz…”

— É o Luis, nunca vi tão animado.

— É ele mesmo?

— Claro, não está conhecendo a voz?

Matias coçou a cabeça.

— Acho que bebi demais.

Ainda na Dantas Barreto ele ficou deslumbrado com a luminosidade da praça. A luz parecia fluir de dentro daqueles seres com vestes prateadas. Deve ser um baile de fantasia ou um bloco de carnaval, mas nessa época? A cidade estava completamente vazia. Nenhum ônibus, nenhuma pessoa, exceto aquelas em frente à praça.

Antes de chegarem, Clarice veio ao encontro dos dois. Estava radiante. Seu vestido brilhava tanto quanto as estrelas que observavam por entre os prédios do Recife.

— Pensei que você não viesse. Quem é esse?

— É um amigo que eu convidei. Conheci-o lá na Praça do Sebo. É gente boa.

— Sendo seu amigo também é nosso. Vão se arrumando que a noite é curta.

— Seu… Você não me disse o seu nome.

— Matias de Albuquerque.

— Que coincidência, meu pai se chamava José Feliciano da Mota e Albuquerque, vai ver somos parentes, exclamou Mauro Mota.

—Meu pai gostava de história, principalmente a de Pernambuco. Quando nasci resolveu homenagear Matias de Albuquerque.

— Você sabe quem foi ele?

—Sei que foi um português que lutou contra os holandeses, só isso.

— Matias de Albuquerque foi militar português nascido em 1595 no Brasil e faleceu em 1647. Ele teve ação de relevo nas lutas contra os holandeses pelo domínio da colônia, na década de 1620 e início da seguinte, conseguindo algumas vitórias importantes e sendo nomeado governador da Bahia. Voltando a Portugal recebeu o título de Conde de Alegrete pela defesa do Alentejo.

— Então eu tenho nome de conde? É uma boa. Não tenho dinheiro, mas pelo menos já é alguma coisa.

— Quem faz o nome é a pessoa, mas vamos chegar mais perto. A ceia vai começar.

Matias estranhou a presença de apenas uma mulher no meio daqueles homens que pareciam ter saído de algum museu. Eles estavam espalhados em redor da fonte, alguns sentados. Bem de frente do prédio do Diário haviam colocado uma enorme mesa com doze cadeiras. Da comida (peru assado, bacalhau ao molho de coco, arroz, farinha de carne de siri, salada) exalava um aroma capaz de despertar apetite até em leão farto. Luis Gonzaga havia parado de cantar e conversava com Chico Sciense.

Matias aproximou-se dos dois.

—Esta é a minha última música. Não gravei, mas eu canto pro senhor ver se está bom.

Luis Gonzaga deu uma gargalhada tão forte que até os navios no porto balançaram.

— Mas Chico, tu tá me gozando, cabra? Então pensas que não ouvi tuas letras maravilhosas? Quem sou eu pra te avaliar. O povo do Recife já te aprovou e consagrou. Faz o seguinte: escreve a música e a letra aí e vamos entregar para aquele amigo que veio com o Maurinho. É a única maneira que temos de fazer chegar até o público uma canção inédita.

— Tudo bem, me empresta uma caneta!

—Estou sem caneta, pede ao Carlos Pena.

Logo Matias descobriu quem era Carlos Pena. Chegou antes de Chico perto do poeta, curioso para saber o que o homem escrevia numa folha de guardanapo. Com certa discrição conseguiu ler:

São trinta copos de chope… São trinta copos de chope… São trinta copos de chope…

Chico chamou Luis Gonzaga para ver aquilo.

— Que tu tá querendo Carlos? Perguntou o Rei do Baião.

— Quero reescrever meu poema, aumentar mais um pouco, mas não estou conseguindo.

— Pode parar, explodiu Ascenso Ferreira com seu vozeirão, o poema está perfeito. Tudo o que tinha de ser feito foi feito. Que tu achas Antônio Maria?

— É isso mesmo. Olha! A Clarisse vai falar. È a hora da estrela.

Clarisse pediu que todos sentassem. Matias preferiu ficar de pé, encostado em um dos postes que iluminava a praça. Ainda não compreendia bem o que estava acontecendo. Seja lá o que for isso é coisa de bebida, pensava consigo. Aqueles homens todos vestidos de branco, a maioria já passando dos cinqüenta, não tinham pinta de serem seguranças. A voz de Clarisse Lispector se elevou como um canto de cisne.

— Vejo que há uma cadeira vazia. Está faltando um dos nossos.

— É o João Cabral. Não quer sair de perto do rio, falou Bandeira abafando uma tosse rouca.

— Não podemos começar sem ele. Alguém que ir buscá-lo?

— Eu vou! – gritou Solano Trindade, onde é que ele está?

— Logo ali na Rua da Aurora, falou Capiba, mas tenho uma idéia melhor. Vamos todos cantar a música do J. Michilles, Recife Manhã de Sol. A cidade está silenciosa e tenho certeza que assim que ele ouvir a música virá correndo.

Luis Gonzaga deu o tom na sanfona e todos começaram a cantar:

Vejo o Recife prateado/ À luz da lua que surgiu/ Há um poema aos namorados /No céu nas águas do rio…

A música foi tomando corpo, carregada pela brisa que descia do Cais do Porto, passando pelo velho Recife. Matias havia esquecido a mulher em vias de dar a luz. Esquecera os amigos dormindo na Praça do Sebo. Esquecera que estava sem dinheiro para voltar para casa. Esquecera que aquele dia tinha sido ruim para a venda de limão. Ele flutuava ao som da música que entrava pelos seus poros com muito mais força do que as lapadas de aguardente. Sentiu vontade de chorar quando o vozeirão de Ascenso Ferreira anunciou:

— Olha o João! Bem que Capiba falou.

João Cabral de Melo Neto vinha com seu passo miúdo, olhando de vez em quando para trás como tivesse medo do rio desaparecer. Trazia um leve sorriso nos lábios e quem o visse no meio de uma multidão jamais imaginaria que ali estava um dos maiores poetas pernambucanos. Aos olhos de Matias os poetas deviam ser homens com cabelos longos, roupas irreverentes, sujas até, carregando sempre algum livro debaixo do braço e com forte aroma de bebida. João Cabral fugia completamente ao estereótipo imaginado. Caminhava em linha reta e ao chegar à Avenida Guararapes se deteve diante de uma mulher que dormia sob a marquise do Edifício Santo Albino. A luz prateada se derramou sobre os trapos que a cobriam transformando-a momentaneamente numa estátua. Matias percebeu que o pequeno homem tirou alguma coisa do bolso, se abaixou diversas vezes, anotou alguma coisa e tomou a direção da praça.

—O que o senhor estava fazendo ali junto daquela mendiga? — quis saber Matias, impressionado com a luz que emanava da imagem de João Cabral.

—Eu estava tirando as medidas daquela mulher para fazer um poema.

—E pra fazer poesia é necessário medir o tamanho das pessoas? Inquiriu o vendedor de limão.

—Eu sou um engenheiro-poeta. Não medi apenas a mulher. Anotei o tamanho da sua fome e a profundidade do seu sono. Pude ver que ela está sonhando com uma cidade limpa, uma casa bonita e ela arrodeada dos seus amigos que vieram lhe trazer incenso e mirra. Ela ri no meio daqueles trapos sujos e suas mãos abraçam uma porção de jornais velhos como se abraçasse um filho recém-nascido. Deve estar influenciada pelo espírito de natal.

—Falar em recém-nascido minha mulher está para dar a luz e eu estou aqui, sem dinheiro sem transporte, sem nada, preciso ir embora.

—Onde você mora? – perguntou João Cabral.

—Moro na beira do rio Capibaribe, numa palatifa.

—Espere, não é ali perto do Coque, antes de chegar a Afogados?

—É ali mesmo, o senhor conhece?

—Claro, tenho um conhecido que mora lá também.

—Como é o nome dele?

—É o Mestre Carpina, o filho dele nasceu numa noite como esta e foi uma festa.

—Queria eu ter uma festa para o meu filho — a voz de Matias ficou triste.

—Olha, vamos fazer uma coisa especial nessa noite mágica. Nós podemos voltar no tempo, afinal foi no passado que conseguimos a imortalidade e por isso fomos elevados à categoria de guardiões dessa cidade que respira poesia por toda parte. Vou falar com o pessoal.

—Voltar no tempo para quê? Não estou entendendo.

— O gesto dessa mulher foi um aviso. O teu filho é chegado. Como a estrela-guia que guiou os Reis Magos tu vai nos guiar até a tua morada. Chegaremos lá cinco minutos antes do nascimento. Levaremos toda aquela comida e cearemos todos juntos.

— Mas essa hora não tem mais transporte.

— Não se preocupe, o rio nos deixará lá.

Assim que chegou à Praça João Cabral deu logo a notícia para o grupo:

— O filho de Matias pulou pra vida, / Como o filho do Mestre Carpina./ Ele aqui a prosear, nem sabe / Se é menino ou menina. / Não me parece direito/ A gente não se importar, / Vendo outra vida Severina / Querendo recomeçar.

—Mas João, quem te garante que é mesmo Severina a vida que toma vida? Talvez tenha outra sina — Perguntou Manoel Bandeira entrando na brincadeira caprichando bem na rima.

— O João tem razão — falou Antônio Maria — apesar do crescimento, tanta coisa construída, o rio inda é o mesmo, mas a água está poluída. O metrô substituiu o trem da fome, mas os caranguejos sumiram do mangue.

— Pelo menos homem-caranguejo não vai ser, acrescentou Chico Sciense.

— Pode ser coisa pior, — interveio a voz serena de Joaquim Cardoso — cada um aqui sabe do que eu falo, crianças cheirando cola, “quanta gente esquecida e abandonada”. Os autômatos tomaram conta de tudo, os homens morreram ou se enlamearam com o visgo do poder.

―Vocês interromperam o João Cabral — foi a vez de Clarisse — Deixemo-lo concluir a sua intenção, pois o tempo está correndo. Daqui a pouco amanhece e temos que voltar para nossos postos de observação.

— Obrigado Clarisse, realmente és uma estrela. Minha proposta é que concentremos nossos pensamentos na idéia de voltarmos no tempo cinco minutos antes da meia-noite, hora em que nasceu o filho do nosso amigo Matias. Iremos todos. Tenho um amigo lá, o Mestre Carpina, que poderá se juntar a nós. Subiremos o rio Capibaribe de barco, levando a comida e os presentes. Faremos nossa ceia de Natal na casa do recém-nascido.

— Que presentes? Ninguém trouxe nada — perguntou Luis Gonzaga — só se eu der minha sanfona.

— Pode ser Luis, mas o recifense é muito solidário. É Natal e todo mundo está ceando e abrindo seus presentes. Daqui para a casa do Matias passaremos por muitas que ficam à beira do rio. Na certa a luz que irradia do barco chamará a atenção de muita gente. Então anunciaremos que nasceu o menino em uma palatifa e o Espírito do Natal fará a sua parte. Eu conheço esse filme.

— O Matias vai com a gente? Perguntou Chico Sciense ainda com a letra da música na mão.

— O Matias vai voltar no tempo, mas deve acordar na Praça do Sebo onde estava comemorando o Natal. Chico, você que é mais novo leva nosso amigo até a praça, — ordenou João Cabral — mas volte logo, se faltar um não conseguiremos voltar no tempo.

— Não se esqueça de entregar a ele a música que você fez, lembrou Luiz Gonzaga.

— Mas só tenho a letra, não escrevi a partitura.

— Não faz mal, o amigo dele bota uma melodia—acrescentou Mauro Mota.

No caminho de volta para a praça os dois passaram diante da mulher que dormia sob a marquise do Santo Albino. Ela dormia agarrada com um embrulho de jornal e parecia sorrir. Entrando na Rua da Roda a luz começou a diminuir, mas ainda dava pra ver o banco vazio onde ele encontrou Mauro Mota. Perto do bar onde estivera bebendo Matias vê os dois amigos sentados. Chico Sciense enfia mão na bolsa e estende o papel da música para o vendedor de limão. De repente os dois amigos partem para cima do cantor gritando:

—Estão assaltando Matias! Vamos dar um pau nesse safado!

Chico Sciense cai no chão enquanto Matias desesperado grita:

— Parem! Ele não é um ladrão, Parem! Parem! Ele é meu amigo! Ele precisa voltar para o grupo senão meu filho não vai ganhar nada! Soltem o Chico!

— Ei cara! Me larga! Quem é esse Chico? Que hora é essa? Porra! Pegamos no sono. Acorda o Moringueira! Exclama Zito Caraolho.

Matias solta a camisa do amigo. Puxa! Que sonho!

Uma leve claridade começa a se insinuar sobre a praça. No banco a estátua de Mauro Mota lê o jornal.

Amanhece.

henrique ponttopidan
Enviado por henrique ponttopidan em 17/06/2012
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