A PARTIDA.



O passeio estava perfeito. Os dois casais estavam num carro conversível, com a capota aberta. Dinah estava de joelhos no banco de trás, cabelos ao vento, embevecida pela paisagem da estrada ladeada  de  manacás floridos, com as folhas douradas banhadas pelo sol da manhã.. De repente, surgido do meio da mata,  um garoto tenta atravessar para o outro lado, sem dar a mínima atenção para  o veículo. Augusto, o motorista freia violentamente para evitar o choque. Dinah é projetada para fora do carro a vários metros de distancia e seu corpo fica estendido no asfalto, morto. E então,  acontece o inusitado.Ela  sai de seu corpo  sem vida e observa  o aglomerado  de  curiosos querendo  ver de perto o acidente.Vê  o seu corpo e o desespero dos amigos. Consola-os,  mas eles não a ouvem. De repente, uma mulher vestida de branco, de rosto translúcido aproxima-se, toma- lhe e mão  e diz: venha comigo, vou levá-la para seu novo lar.Dinah deixa-se levar  por alamedas floridas  em direção a um bosque  iluminado por uma luz  azul, onde várias pessoas  caminhavam tranquilamente. A mulher mostra  a Dinah sua nova casa.Encanta-lhe o lago de águas cristalinas e a ponte que tem de atravessar para   chegar até lá. Dinah sabe que está morta, mas está calma, em paz. Isto é o céu? Pergunta Dinah. Digamos que seja, responde a mulher de branco. Aqui é a eternidade, a sua nova vida.

 
Obs: baseado em um sonho   tido há alguns anos.