A maldição das maçãs



No início só havia o caos. Então Deus dissolveu o parlamento, cassou os direitos políticos de todo mundo, deportou os políticos para o inferno e nomeou dois afilhados políticos, Adão e Eva, para cargos de confiança no paraíso.
Porém, Deus havia subestimado a esperteza dos políticos e eles conseguiram enviar do inferno, um lobista disfarçado de serpente, que convenceu Adão e Eva a vender toda a safra de maçãs com preço abaixo do mercado, mediante o pagamento de propina.
Quando Deus descobriu a tramoia, demitiu os dois apaniguados sumariamente e mandou erradicar toda a plantação de maçãs.
Como Adão e Eva haviam enriquecido ilicitamente com as falcatruas no comércio de maçãs, os seus filhos, Caim e Abel, entraram em litígio por causa da sua fortuna.
Caim propôs a Abel assassinarem os pais para dividirem a herança. Como Abel não concordou e ainda ameaçou revelar os planos dele aos pais, foi assassinado pelo irmão, porém, antes de morrer, Abel conseguiu contar os planos de Caim para Adão e Eva, que fugiram amedrontados e nunca mais se soube deles.
A essa altura, os políticos já haviam conseguido voltar e restabeleceram o caos no paraíso, fundando a cidade de Maçãbrás como sua capital, onde se instalaram sob a liderança de Caim.
Após o desgosto sofrido com a traição de Adão e Eva e o fratricídio de Caim, Deus abandonou o paraíso à sua própria sorte e amaldiçoou Caim, seus liderados e toda a sua descendência, a viverem eternamente em busca de dinheiro para comprar maçãs.
A descendência maldita da Caim cresceu, multiplicou-se e se espalhou, dividindo-se em facções chamadas de “partidos”.
A maldição continua até hoje e é por isso que não há dinheiro que chegue para saciar essa corja comedora de maçãs.


 
Edmilton Torres
Enviado por Edmilton Torres em 09/08/2013
Reeditado em 09/08/2013
Código do texto: T4427366
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