POSSUÍDA POR BAAL

Era domingo...!

Era à tarde, logo após o almoço...!

Era dia de sol...!

Era dezoito de agosto...!

Era tudo para ser um dia de muitas felicidades, mas não. Nada estava bom. Eu estava triste..., agoniado..., impaciente.

Fiz bastante coisa e não produzi nada.

Pela manhã trabalhei; andei de carro; conversei bastante, mas não ouvi nada.

Depois do almoço me recolhi. A ansiedade tomava conta de mim com agilidade. Cutuquei o computador; liguei a Tv; o som também, e nada. Nada me satisfazia. Então, olhei os livros e escolhi um.

Deitado, agarrado ao livro – A Marca de Atenas –, depois de algumas páginas, adormeci e me surpreendi gritando em completo desespero, mulher... mulher... mulher! De sobressalto dei um pulo e fui parar no meio do quarto completamente estonteado. Surpreendi-me, mesmo que em pé e acordado continuava pronunciando a palavra mulher, e a pronunciava em todas as línguas: Muliere; Femme; Frau; Mujer; Donna; Vroum.

Aquela palavra que vazava da minha mente e saia pela minha boca ecoava pelo quarto em desesperação. Lembro-me perfeitamente que tudo ali era escuro. A minha alma foi tomada por uma névoa e ficou completamente turvada, não entendia as coisas direito, não sabia por que gritava e muito menos onde estava. Sacolejei a cabeça várias vezes tentando entender o que acontecia comigo, mas nada acontecia, a não ser um tipo de tontura. O tempo que parecia eterno não se esvaia, não passava e a luz não voltava à minha mente. Passei segundos ou até mesmo minutos de labuta intensa, batalhando comigo mesmo, até que um clarão mental surgiu e eu pude perceber um vulto circulando pelo ambiente.

Quando consegui desanuviar a mente, a escuridão foi se transformando numa tênue fumaça que, bailando foi se plasmando na silhueta de uma mulher diabólica.

Aquela sombra de mulher jovem e diabólica, com sorriso sarcástico e chifres avermelhados e brilhantes, conseguiu penetrar no meu mental e me transportou para a casa onde moro com minha deusa índia. Já do lado de lá, envolveu o corpo da “deusa índia”, possuindo-a como Baal. O nosso “filho branco” ficou num canto da casa, Subjugado, encolhido e sem esboçar nenhuma reação, completamente paralisado.

A fumaça diabólica possuía minha deusa e me encarava desafiadoramente, deixando-me às cegas. Aflito, não consegui mais enxergar a minha mulher, a minha deusa, a razão do meu viver...

Tomada pela energia de Baal ela entrou na paranoia dos seres infernais. Trocou a condição de senhora respeitável e de esposa querida, pela vida estonteante de caminhar ao vento, sem direção e sem guia. Tudo aquilo me desesperava. Mesmo confuso, ainda mantinha um resquício de consciência, e assim, passei a buscar uma via de equilíbrio. Nesse semi torpor, e como se alguém falasse por mim, comecei a dizer: Eu preciso manter a minha consciência limpa. A consciência é a casa de Deus. Nunca se pode permitir qualquer coisa que reduza a qualidade da nossa consciência e foi assim que consegui falar com Deus e sair da escuridão “psicológica”.

O DIÁLOGO

Deus, que escuridão. A minh’alma foi arrancada de mim e atirada num buraco negro. Meu peito está oco e a minha mente preenchida de “medos”. A escuridão é total. Não consigo enxergar a minha deusa índia, a razão do meu viver..., ela foi tomada pela energia de Baal, e entrou na paranoia dos seres infernais, trocou a condição de senhora respeitável, de esposa querida, pela vida estonteante de caminhar ao vento, sem direção e sem guia. Não tem mais um senhor, não é mais uma esposa, é somente uma “FÊMEA”, a besta da sombra transformou-a em Fly e abdicou-se dos poderes sagrados do matrimonio.

E foi nesse redemoinho psicológico que percebi que a minha insatisfação provocada pela não reação da deusa índia aos ataques de Belzebu, que era a responsável pela queda da minh’alma no precipício, então, lembrei-me que, a insatisfação é a falta de equilíbrio entre as forças, e eu estava com maior poder na força negra, pois fui preterido, espezinhado e maltratado profundamente pela “tomada” da “deusa índia” por Baal.

Bom, a confusão provocada não é tão difícil de explicar da forma ocultista também. Da mesma forma que acontece com os animais, plantas e minerais, e seus espíritos-grupo, nós temos espíritos superiores que nos guiam pelo modo mais denso que eles podem. Essa relação é chamada entre os gregos de Theos Pneumaton. E entre os cristãos de Alento de Deus. Por isso que se diz que “o Senhor soprou a Vida pelas narinas de Adão”. Estes seres foram enviados em uma época imemorial para dar prosseguimento com a evolução consciencial da humanidade até que pudéssemos adquirir por nós mesmos a capacidade de andarmos com os próprios pés.

Já com as faculdades mentais recuperadas, busquei me reequilibrar, pois o equilíbrio é fruto não apenas da capacidade principal de descobrir equilíbrio entre todas as forças opostas do universo, mas também da capacidade de reconhecê-las e de se valer delas. O próprio cosmos é uma reunião de todas as forças que já existiram no espaço e no tempo. Luz e trevas, bem e mal, divino e diabólico, pecador e santo e todos os outros conjuntos de energias conflitantes que saturam o universo são a seiva que corre por nós e anima nossos atos. Conheci isso no livro: As 7 Leis Espirituais dos Super-Heróis; pág. 25.

Foi nesse reequilíbrio que encontrei o significado da palavra MULHER, ouvindo o meu coração e principalmente nos provérbios abaixo transcritos:

* Mulher virtuosa, quem a pode achar? Pois o seu valor muito excede ao de joias preciosas.

• O coração do seu marido confia nela, e não lhe haverá falta de lucro.

• Ela lhe faz bem, e não mal, todos os dias da sua vida.

• Ela busca lã e linho, e trabalha de boa vontade com as mãos.

• É como os navios do negociante; de longe traz o seu pão.

• E quando ainda está escuro, ela se levanta, e dá mantimento à sua casa, e a tarefa às suas servas.

Considera um campo, e compra-o; planta uma vinha com o fruto de suas mãos.

• Cinge os seus lombos de força, e fortalece os seus braços.

Prova e vê que é boa a sua mercadoria; e a sua lâmpada não se apaga de noite.

• Estende as mãos ao fuso, e as suas mãos pegam na roca.

Abre a mão para o pobre; sim, ao necessitado estende as suas mãos.

• Não tem medo da neve pela sua família; pois todos os da sua casa estão vestidos de escarlate.

Faz para si cobertas; de linho fino e de púrpura é o seu vestido.

• Conhece-se o seu marido nas portas, quando se assenta entre os anciãos da terra.

Faz vestidos de linho, e vende-os, e entrega cintas aos mercadores.

• A força e a dignidade são os seus vestidos; e ri-se do tempo vindouro.

• Olha pelo governo de sua casa, e não come o pão da preguiça.

Levantam-se seus filhos, e lhe chamam bem-aventurada, como também seu marido, que a louva, dizendo: Muitas mulheres têm procedido virtuosamente, mas tu a todas sobrepujas.

• Enganosa é a graça, e vã é a formosura; mas a mulher que teme ao Senhor, essa será louvada.

• Dai-lhe do fruto das suas mãos, e louvem-na nas portas as suas obras.

• Meu conselho é que se case. Se você arrumar uma boa esposa, será feliz; se arrumar uma esposa ruim se tornará um filósofo – Sócrates.

Querida "deusa índia", obrigado por ter se livrado das garras de Baal; obrigado por ter voltado para ti mesma e continuar sendo a "encantada, sentada no fundo do rio".

Abre a sua boca com sabedoria, e o ensino da benevolência está na sua língua.