Neblina ácida

Estava sozinha ao entrar naquele pátio absolutamente branco.

Havia uma família reunida em um círculo, em poltronas móveis e brancas, todos vestiam branco também.

Sentei no colo de um homem, loiro, com aproximadamente 40 anos, que aparentemente era meu pai, o abracei.

Mais adiante, numa sala de vidro, houve um barulho, saí do colo do meu pai e corri para ver o que era, mas não tinha nada fora do lugar. Quando voltei, todos vinham de encontro, mas não estavam mais felizes, estavam zangados e em um instante, de humanos de carne e osso, se transformaram em uma fria neblina branca, espessa e corrosiva, matava a todos que os tocavam, menos a mim. Eram agressivos e sussurravam palavras disformes. Afastei-me aos tropeços.

Quando sai do lugar extremamente branco, estava havendo uma grande guerra, todos estavam apavorados, a cidade em ruínas e toda manchada de vermelho, do sangue dos cadáveres. Corri apenas. Encontrei uma família desconhecida, que me acolheu, mas posteriormente perdi-os. Corri junto da multidão, parei no meio de uma encruzilhada, olhei para a direita e de lá vinha o motivo de tanto pânico, era a neblina, a mortal neblina que me era familiar.

Os que não conseguiam fugir de imediato, caiam mortos e brutalmente deformados. Corri para um coreto, encontrei metade da família que me acolhera, a outra metade estava morta. E ali sentei e chorei, pois no final da história fui a única sobrevivente ali.

Pamela Faria
Enviado por Pamela Faria em 17/02/2014
Código do texto: T4694934
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