O FANTASMA DE TABATINGA

— Tabatinga boa só tem na fábrica de sabão.

— É, mas lá é mal assombrado. Não vou não.

— Cê é besta mesmo, Marcos! É só invenção desse pessoal medroso. Já fui lá muitas vezes e nunca vi nada.

Marcos e Paulo conversavam enquanto faziam esculturas em argila. Paulo preferia fazer pequenos animais: galinhas, patinhos, pequenas vacas, porcos, pássaros de diversos tipos. Marcos fazia estatuetas humanas, em tamanhos e figuras que variavam de soldados com dez centímetros de altura a mulheres, homens, padres (mais fácil, devido à batina ampla) e bustos de até trinta centímetros. Passavam horas e horas na pequena coberta de folhas de zinco, no fundo do quintal, que era ao mesmo tempo depósito de lenha, de ferramentas para trabalhar a horta e ateliê de escultura dos irmãos.

— Olha, vamos acabar essas figuras de presépio para mamãe colocar na sala. Faz mais uns passarinhos pra gente colocar em cima da casinha.

Marcos era mais habilidoso e tinha mais prática, pois passava muitas horas fazendo e desmanchando figuras, num capricho desmesurado. Além de fazer as esculturas, ele, e só ele, as queimava no forno do fogão de ferro da cozinha, à noite, quando o calor já estava diminuindo. Também era ele quem pintava as peças, as tintas preparadas com orientação do pai, que comprava as pequenas bisnagas de cores variadas. Tinta a óleo, que dava realce às peças e tornava-as mais duradouras, pois isolava-as da umidade.

— Mas nossa tabatinga está acabando. Você vai ter de buscar mais. — Observação de Paulo, ao molhar a última pelota de barro dentro da bacia de alumínio, sovando a massa, a fim de dar consistência própria para fazer nova peça.

— Vou buscar amanhã cedo. Na fábrica de sabão. Cê quer ir comigo?

— Sei lá...

O local era tétrico. Ficava no fim de uma estrada abandonada, conhecida por Ladeira do Escorrega-lá-vai-um, atualmente nada mais do que uma trilha por entre a macega que crescia abundante. Um velho portão de grades de ferro marcava o início do caminho que levava à antiga fábrica de sabão. As travessas metálicas estavam apodrecidas, consumidas pela ferrugem. Pontas agudas apresentavam sério risco para quem se atrevia abrir. Marcos, entretanto, sabia já dos macetes para chegar até o local onde cavava o barranco para chegar ao veio da tabatinga vermelha.

Entrando pelo portão, o caminho era puro mato. Touceiras de capim-gordura, entremeados por capim-elefante e erva-cidreira, dificultavam a passagem.

— Cuidado com essas folhas de erva cidreira. Elas cortam como navalha. — Marcos, caminhando na frente, avisa ao irmão.

— Puxa, que lugar esquisito!

— E cuidado pra não escorregar. Pisa só na grama.

Chegando ao final da ladeira, deparam-se com o que resta da antiga fábrica de sabão. Ruínas de uma construção que fora ao mesmo tempo uma fabriqueta de sabão e residência da pequena família que mantivera o negócio durante alguns anos. As poucas paredes que se sustinham em pé estavam enegrecidas pelo efeito do fogo e do tempo. Ainda restava um pequeno lance do telhado, com ripas e caibros arqueados, telhas quebradas ameaçando cair a qualquer instante.

— Vem por aqui, Paulo, me segue. Fica longe desses paus podres.

As árvores cresceram, tomaram conta do local, recuperaram o espaço perdido quando a fabrica fora construída. Uma paineira muito alta lança seus galhos por entre as vigas de madeira, que insistem em permanecer nuas de uma parede a outra, ligando nada a lugar nenhum. No lugar onde era a fábrica, as instalações, destruídas pelo fogo, ainda mostram os locais do fogão de lenha, com tachas reviradas e utensílios esparramados sobre um balcão de alvenaria.

— Puxa, Marcos, isso me dá até arrepios.

Marcos vai com desenvoltura, não mais se impressiona com o lugar. Passa por um lado da velha parede, quebra alguns galhos de mamoneira que crescem rapidamente, e vai direto ao barranco.

A Fábrica de Sabão Santa Filomena existira devido à persistência de Eleutério Gomes, homem viajado que acabara se engraçando pela pequena cidade de São Roque da Serra e, principalmente, pela decidida dona Margarida, viúva do proprietário do pequeno sítio ao lado do Matadouro Municipal. Com idéias avançadas na cabeça, Eleutério idealizou e construiu a pequena fábrica de sabão. Ele e a mulher trabalhavam juntos na realização do empreendimento. Aproveitou o córrego que passava no sítio para instalar uma pequena roda d´água, que fornecia energia elétrica à fábrica. Engenhoso e cheio de planos, seu Léo (como era conhecido por todos) construiu, ele próprio, galpão com todas as instalações necessárias, anexo à casa que já existia no local. Assim, passava da casa à fábrica por uma larga porta aberta na sala de visitas da residência.

A produção era modesta. Seu Léo empregava dois auxiliares, que ajudavam principalmente nos trabalhos com as tachas de metal, onde as matérias-primas (gordura, soda cáustica, potassa e outros ingredientes mais nobres) eram misturadas e cozinhadas. Dona Margarida era esperta no corte do sabão em pequenas barras e tabletes, que embalava com rapidez. Eleutério se encarregava da administração em geral: compra do material necessário, verificava se tudo estava funcionando, e da entrega da mercadoria ao Totó Miranda, que comprava todo o estoque produzido.

Durante mais de dez anos seu Léo e dona Margarida mantiveram a fábrica. A família aumentou com o nascimento de Leléo, único filho do casal que recebeu o nome do pai e apelido compatível. Menino tranqüilo, freqüentou a escola primária e estava se preparando para ingressar no ginásio, concorrendo a uma bolsa de estudo dada pela municipalidade, quando o pavoroso desastre aconteceu.

O barranco de argila fica no fundo de uma pequena grota. Umidade por todos os lados. Samambaias e avencas brotam por entre o lodo verde que cobre o terreno sombreado. O córrego passa mais embaixo, fazendo uma pequena corredeira entre pedras. Das águas espumantes evola-se uma ligeira névoa que molha tudo. Mais acima, a velha roda d´água apodrece, paralisada sobre seus rolamentos. O abandono é total.

Para escavar o barranco e chegar até o veio de tabatinga vermelha, Marcos usa uma enxada velha, achada entre as ruínas. Cavoucando com força, logo separa uma boa porção de barro, que coloca num embornal trazido de casa.

— Pronto, a vermelha tá aqui. Agora vamos catar um pouco da branca.

Os dois pulam o córrego e vão coletar outra porção de tabatinga branca, arenosa. Da mistura das duas os garotos obtêm uma argila especial, que usam na confecção de suas peças. Em outro embornal é colocada a massa molhada, pesada.

Voltam. Cada qual carregando, dependurado no ombro, um embornal com tabatinga.

— Puxa, que medo! Não gosto nem de olhar pra essas ruínas.

— Ora, seu bobo, deixa de medo. — Marcos, o mais velho, com seus treze anos, faz troça do sentimento de Paulo, que, magrinho e miúdo, não é menos esperto.

Paulo caminha decidido na frente, ansioso em deixar o sítio sinistro. Marcos, trazendo na mão a velha enxada, entra nas ruínas para colocar a ferramenta onde encontrara. Não quer que outras pessoas saibam que ele está indo ao local mal-assombrado.

Nas ruínas, tudo é sombra e negrume. As paredes, as madeiras, o telhado, tudo fuligem. A própria atmosfera está impregnada de um miasma denso, escuro. Curioso, Marcos adentra mais um pouco pelo local onde era a casa. Ele já ouviu a história da tragédia diversas vezes e imagina como deveria ser a fábrica, quando estava funcionando.

No fundo, há um clarão inexplicável. Marcos olha para o local. É uma abertura onde fora uma porta, que deixa passar um pouco de claridade, iluminando o cenário de maneira surrealista.

Cruz credo! Que lugar mais esquisito. Quando o pensamento lhe atravessa a mente, uma figura humana aparece na abertura. Marcos fica aterrorizado. Os cabelos da nuca se ouriçam. Meu Deus, me livra dessa! Quer dar meia volta, correr, mas não consegue. Os pés estão presos no chão. E vê: um garoto do tamanho do irmão, todo negro. As roupas, meio destruídas, rasgadas ou queimadas, pendem-lhe dos ombros e da cintura. O rosto do garoto está deformado, queimado, a cabeça completamente sem cabelo. Que horror! Mãe do Céu, me protege! Marcos quer gritar, nada sai de sua garganta senão um gemido baixo. O menino fica por alguns instantes no centro da claridade, o vão da porta emoldurando a figura negra, queimada. Marcos, mesmo apavorado, observa os detalhes da aparição: está descalço, as pernas finas, os molambos mal cobrindo suas vergonhas. O rosto deformado, não dá pra distinguir a boca do nariz. Os olhos parecem duas brasas. Fulgurantes. As orelhas também estão deformadas.

Num átimo, o menino desaparece. Marcos reúne forças e consegue virar e sair correndo das ruínas.

— Puxa vida, que foi? — Pergunta Paulo, quando vê o mano chegar na carreira, assustado, a face branca.

— Vi o garoto que morreu queimado. O tal do Leléo.

— Mas ele morreu! Com o pai e a mãe. Num sobrou ninguém pra contar a história.

— Então é assombração dele. O fantasma. Sei lá. Sei que vi, te juro. — Marcos não esconde seu terror. — Vamos, abre esse portão, vamos embora depressa.

O incêndio aconteceu de madrugada. Ninguém sabe como ou porque ocorreu. Quando viram o fogo subindo pelo teto, alguns trabalhadores do matadouro, que ficava a mais ou menos dois quilômetros córrego acima, correram pra acudir. Mas já era tarde demais. Em poucos minutos, o fogo lambendo as paredes, subiu pelo engradamento, queimando as madeiras e atingindo até as galhas das árvores mais próximas.

Nem mesmo o Delegado de Polícia conseguiu chegar a uma conclusão das causas do incêndio. Poucas pessoas iam à fábrica. Os dois empregados chegaram cedo e se depararam com as ruínas fumegantes. Eles também não puderam dar uma pista para o desastre.

— Talvez alguma fagulha do fogão tenha saltado para o monte de lenha e aí começou a queimar devagarzinho. — Um aventou.

— Ou quem sabe um defeito na instalação elétrica. Seu Leléu andava consertando a fiação, pode ser que... — Outro informou.

Morreram os três, carbonizados: Eleutério, Dona Margarida e o filho Leléo.

Ninguém se apresentou como herdeiro do sítio e da fábrica destruída. Dona Margarida, que era viúva antes de se casar com Eleutério, não tinha filhos nem parentes conhecidos. Eleutério não era do local, suas origens eram desconhecidas dos habitantes de São Roque. Assim, a propriedade ficou abandonada. Devido às circunstâncias da tragédia, nem mesmo os habituais depredadores, gente que habitualmente arranca portas, janelas, rouba telhas e outros aproveitáveis de propriedades abandonadas, nem mesmo essa escória teve coragem para chegar até às ruínas do sítio incendiado.

De volta à meia-água onde os meninos faziam suas figurinhas de argila sobre caixotes de madeira, Paulo fica desanimado em continuar fazendo os animais para o presépio que a mãe irá montar por ocasião do Natal. Marcos, contudo, passa todo o dia lidando com o barro, as faquinhas afiadas, o canivete, as espátulas de madeira, com as quais esculpe o barro. Há uma obstinação, uma teimosia, uma compulsão em fazer um boneco.

— Cara, que é que você tá fazendo agora? — Curioso, Paulo ronda o local sem se animar a moldar.

— Tou fazendo a figura do menino que vi na fábrica de sabão.

— Cê tá louco? Se ocê viu alguma coisa, foi fantasma. Vai querer fazer uma figura de fantasma?

— Tenho de fazer. Vou fazer uma figura igualzinha a que vi lá.

— Pirou de vez. Vou contar pra mamãe que cê andou vendo fantasma.

— Pelo amor de Deus, não! Se eles ficarem sabendo, vão pensar que tou doido. E nunca mais vamos poder pegar tabatinga. — Marcos tem receio de represálias dos pais.

Ele não pára. Freneticamente, vai moldando a tabatinga vermelha, própria para peças maiores. Está fazendo uma imagem de meio metro. Começa pelos pés, coloca pernas, troncos e braços, tudo proporcional e da melhor forma possível, reproduzindo o que viu: um menino de uns dez anos, com roupas rasgadas, queimadas, molambos sobre os ombros e ancas. Ao chegar na cabeça, não sabe como fazê-la.

Dona Mariana aparece à noite, em visita à família. Mas o pretexto é saber mesmo de Marcos como está o busto do Padre Januário, que a Liga Católica, da qual ela é a presidente, encomendou.

— Vai demorar um pouco. Só hoje de manhã consegui pegar mais tabatinga. — Ele explica.

— Olha que é para o onomástico do Padre Januário. Na semana que vem. — Dona Mariana insiste. — Posso ver como está?

— Não, não! Está muito atrasada, do jeito que a senhora viu na semana passada.

Na realidade, Marcos parou com o busto do padre. Não consegue trabalhar senão na imagem do garoto que vira naquela manhã, na fábrica de sabão.

No dia seguinte, domingo, Marcos passa o dia inteiro na casinha do quintal, trabalhando na modelagem do menino que vira nas ruínas. O corpo está pronto. Não consegue fazer a cabeça e, principalmente, a face. Não quer reproduzir o que vira, um rosto horrível, deformado, sem olhos. Finalmente, já ao entardecer, resolve fazer a cabeça e o rosto tal qual vira. As mãos, obedientes, em poucos minutos constroem aquela horrível visão: a cabeça pelada, totalmente sem cabelos; a boca, nariz e o queixo, mutilados, negros e vermelhos, as feridas brotando da pele. Já escurecia quando Marcos deixou a casinha e subiu para jantar.

Segunda-feira de manhã. Marcos acorda cedo, apronta-se e toma o café rapidamente. Antes de partir para a escola, vai dar uma olhada na escultura do menino.

— Puta que pariu! Quem foi o desgraçado que fez isso?

As palavras saem-lhe da boca num jato. Sua raiva é intensa ao ver no chão, toda estilhaçada, a estatueta que, no dia anterior, dera por terminada. Parecia que alguém, propositadamente, a havia quebrado em centenas de pedaços.

— Só pode ser coisa do Paulo. — Assim pensando, correu para o quarto onde o irmão ainda dorme. Acorda-o aos berros, agitando-o pelos braços.

— Palhaço, desgraçado, filho da mãe! Que foi que você fez? Anda, conta! Por que você fez aquilo?

Assustado, Paulo acorda sem saber de nada. Aos trancos, Marcos faz com que o irmão vá com ele até ao local onde os cacos estão esparramados.

— Anda, pirralho! Fala logo, por que você fez isso?

— Não fui eu não! Juro que não! Juro por Deus!

— Então, quem foi?

O rebuliço chamou a atenção da mãe dos garotos. Quis saber o que acontecia. Marcos contou-lhe, em poucas palavras, a destruição da estátua do menino. Paulo jurava por todos os santos que não fora ele.

— Juro que acho o desgraçado que fez isso. Ele me paga.

Contrariado, Marcos foi para a escola. Chegou atrasado e levou uma reprimenda da professora.

— Pai, como era o garoto que morreu queimado na fábrica de sabão? — Marcos procura informações do pai, que sabia de toda a história do incêndio.

— Ora, Marcos, não me lembro dele não. Só conheci o pai, seu Leo, um mulato danado de forte. Quando a fábrica pegou fogo, o filho devia ter uns onze anos, da idade do Paulo. Poderia ser parecido com seu irmão. Nessa idade todos os garotos são iguais.

Paulo não retorna à casinha para fazer animais de tabatinga. Está “de mal” com o irmão e sequer conversam. Marcos volta a esculpir o garoto das ruínas, com a mesma obsessão do dia anterior. Refaz com rapidez os membros e o tronco. Quando chega na cabeça, sente a mesma dificuldade em fazê-la como tinha visto. Lembra-se da frase do pai: “todos os garotos são iguais”. Começa a esculpi-la como se fosse a cabeça de Paulo, alterando detalhes, como o cabelo.

O cabelo devia ser pixaim, papai me disse que o pai era mulato. Os lábios seriam grossos e o nariz achatado. Idealizando o rosto do garoto, corta aqui, acrescenta ali, raspa e acrescenta barro, Marcos conclui o trabalho ao anoitecer. Amanhã vou colocar para secar e à noite posso pôr no forno.

No dia seguinte, antes de colocar a estatueta no grande forno do fogão da cozinha, mostrou-a ao pai e à mãe.

— Não conheci o garoto, mas acho que você fez como ele teria sido. — O pai é um entusiasta do filho.

No sábado, a peça já está pronta. Marcos trabalha com as tintas, pintando com as cores que ele tem de imaginar. Chega, então, Dona Mariana, novamente a ver o busto do padre Januário, encomendado há mais de dois meses.

— Não está pronto. — Marcos fica envergonhado pela protelação. — É que nesta semana tive fazendo esta estatueta.

— De quem é? — Quis saber a velhota devota.

— Do menino que morreu queimado na fábrica de sabão. A senhora quer ver?

Mostra a estatueta de meio metro de altura. Dona Mariana não esconde sua admiração.

— Mas está tal e qual! Eu conheci ele. Que beleza!

Marcos fica vaidoso. Mas não revela que o rosto do garoto foi imaginado por ele. Nem fala da primeira estatueta, quebrada misteriosamente, de certo porque ele não queria aparecer com o rosto queimado.

— Tá bom de você colocar no carneiro do cemitério.

— Carneiro? — Marcos fica surpreso com a idéia de Dona Mariana.

— No túmulo onde ele está enterrado com seus pais.

— Mas, no cemitério? — A mãe estranhou. — Acho que tem lugar melhor pra colocar o menino de barro.

A idéia foi bem recebida por Marcos, que não sabia nem mesmo porque tinha feito a pequena escultura.

— Posso pedir ao Padre Januário pra benzer, antes de colocar sobre o túmulo. — Dona Mariana tem interesse em que Marcos volte logo a fazer o busto que ela encomendara.

O padre abençoou a escultura de Marcos, que foi solenemente colocada sobre o túmulo do pequeno Leléo e de seus pais, seu Eleutério e dona Margarida. Permanece ali até hoje, um pouco desbotada e escurecida pela pátina do tempo.

ANTONIO ROQUE GOBBO

Belo Horizonte, 6 de junho de 2002

CONTO # 162 DA SÉRIE MILISTÓRIAS

Antonio Roque Gobbo
Enviado por Antonio Roque Gobbo em 22/04/2014
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