A Morte Apareceu...
 
E eis que sem aviso,
como sempre se deu,
apareceu a morte para três habitantes de corpos...

O primeiro, um cético,
era habitado por dúvidas,
sendo sua principal pergunta: o que será?

Não adiantou sua descrença,
na vida, depois da vida,
foi levado para seu celeiro de dúvidas
ainda as tendo pela eternidade...

O Segundo, um culpado de muitos crimes,
teve o medo como habitante
integral de suas fibras doentias.

Sua principal pergunta: que inferno me espera?

E, sentindo-se devedor,
habitou penumbras e dores,
que atendiam suas necessidades de
reparação,
para aliviar o peso de uma consciência
que o pisoteava.
Nada disso,
vejam bem,
lhe foi pedido ou imposto,
o que aconteceu ele mesmo se impôs.

Ao terceiro,
uma pessoa de bem,
sem a virtude total dos santos,
sem o rol de culpa dos criminosos,
simplesmente abriu os braços
e disse sorridente:
leva-me para os voos da liberdade!
Não tinha nenhuma pergunta.
Não tinha nenhuma resposta.
E assim foi,
E assim é,
E assim habita,
para todo o sempre,
seus melhores sonhos...