A Visita

Já fazia algum tempo que ele estava vindo me visitar, mas devido a outros afazeres e preocupações não lhe dei muita atenção. Dessa forma, ele não se sentia a vontade, não demorava muito tempo e depois ia embora. Mas no outro dia estava ele lá de volta.

Certo dia, depois de um certo tempo, percebo que ele estava ficando mais tempo em casa, isso era resultado de uma atenção maior que lhe dava, acho que com o tempo havia nutrido uma certa simpatia.

E com o passar do tempo foi surgindo uma certa afinidade. A simpatia era tanta que tive a impressão que ele sempre esteve presente ali, ao ponto que sua presença fizesse com eu ficasse descontraído, fazendo com que eu revelasse as minhas franquezas.

Isso era estranho, eu revelava meus segredos e erros, e quando revelava parecia que eu não sabia deles, tanto ele como eu ficávamos surpreso com tais revelações.

Sempre me mantive intocável sentimentalmente, nunca chorei na frente de alguém, nem sequer deixei transparecer que sentia alguma dor, mas ali dialogando com ele deixava transparecer essas reações.

As visitas eram constantes e mais duradouras, o que fazia com que eu me distanciasse das minhas amizades e evitasse outras. Como tinha a sua companhia evitava sair de rolê, encontros e festas, pois ele me fez enxergar que a vida era o mais do mesmo.

Dessa maneira, não via mais graça em nada, e tudo que eu sempre valorizei ele desvalorizava e conseguia me convencer sobre a sua opinião. E algo me atraiu nele, sem perceber, o meu passa tempo era todo com ele.

Ele está pensando em se mudar para minha casa. Ainda estou em dúvida em dividir o beliche com meu novo amigo Desanimo.

Danilo Góes
Enviado por Danilo Góes em 10/09/2014
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