O homem pessoal.

A razão cosmopolita se faz de pele na completa catarse. Batizou a própria sexualidade de "Madalena" - e a velhice de suas cartas secretas costumavam repousar na sabedoria superficial que possuía sobre Platão.

Merecedor da causa flutuante, tornou-se mitômano. Considerava uma aventura as "invenções-de-esquina".

Chegou a ser poeta por um tempo e costumava pagar prostitutas cultas para declamar suas criações literárias em frente ao espelho dos motéis. Sentia-se realizado na lembrança de um amor: a vida recuada também era uma defesa. Também sentia-se estranho com a sensação do sol arranhado - o amanhecer jamais foi vivo o suficiente.

Quem sabe sua poética poderia ter sido a salvação de alguma estrada morna (alma).

Certo dia, a relação das entrelinhas da morte cruzou com o molho de chaves suspensas. A impressão se suas portas desapareceram na análise de uma noite regada a álcool. Durante essa noite, tornou-se um mendigo.

As outras óperas comuns nunca fizeram parte da história - mas costumo me lembrar dele e de nosso caminho cruzado.

Não éramos "tarde-demais" para o gancho de um romance, e numa noite qualquer (após um mês de compreensão), disse que iria morrer.

É preciso levar a sério o meu estado de culpa, mas existe uma realidade de estatura complexa: ao impedir um suicídio, nem sempre se está salvando a vida do indivíduo. A razão permanece no estado de regurgitar - e esse é o momento da culpa.

Existem grandes chances daquilo tudo ter sido uma mentira - embora a "verdadeira história" ocupe um status na minha memória.

Revelaria seu nome, mas duvido que esse relato esteja sendo necessário. Esses parágrafos se fazem como os mais tolos argumentos (essa é a reação da maioria que já ouviu).

Contudo, confesso que o mais mórbido lado dessa história é minha "opinião educadora". Tornei-me professora e não sei ensinar.

Enfim, esse é outro assunto. Minha frustração não cabe aqui.

Nossas contemplações teriam sido parecidas se não fosse pelo seu sumiço. Como eu disse, acredito que as variações dos testamentos consigam tornar um deserto nos ombros de Lúcifer.

§

Desculpe, o que você disse? Se existe uma moral?

Ora, a única ajuda disponível no momento é esse endereço. Guarde o cartão. Essas sessões em grupo lhe farão bem.

(Porém, cabe deixar uma relatividade bem clara: não invista em qualquer "Deus". As relações em grupo são hipnóticas de invenção.)

Acredite: eis a experiência própria adquirida no relato do túmulo mental.

Adeus.

Lainni de Paula
Enviado por Lainni de Paula em 31/10/2015
Reeditado em 31/10/2015
Código do texto: T5433045
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.