Sexta-feira 13

Sexta-feira treze!

Naquela manhã, ao acordar Pierre sentiu algo estranho, sentia um aperto no peito que não sabia explicar, mas mesmo assim, tomou seu café da manhã e foi trabalhar, pois precisava ajudar a mãe com as despesas da casa.

Pierre era apenas um garotinho de 10 anos, por isso trabalhava pela manhã como empacotador no caixa do Supermercado Mini Preço, e à tarde vendia picolé nas ruas, para o sorveteiro da esquina que lhe dava uma comissão pelo trabalho prestado.

Chegando ao supermercado o dono avisou que ensacasse as compras dos clientes com cuidado, pois qualquer prejuízo que causasse seria descontado do seu salário, que era apenas R$ 200, 00 por mês. Pierre sempre foi muito cuidadoso, mas naquele dia na primeira compra que foi ensacar ele bateu uma garrafa de vinho no valor de R$ 2, 25 no canto do balcão e a quebrou, o que o deixou muito nervoso e constrangido. Aquele dia não parecia normal, além de parecer mais quente do que o de costume, então ele resolveu tomar um suco de caixinha que custou R$ 1, 20 que seria descontado do seu salário no final do mês, enquanto ensacava algumas compras esbarrou no suco que estava sobre o balcão molhando algumas promissoras, o que o fez entrar em pânico, o seu colega de trabalho que prestava serviço no caixa lhe disse que não contaria nada ao chefe e daria um jeito de fazer novas promissoras para os clientes assinarem, mas Pierre teria de lhe pagar R$ 25, 00. Para não perder o emprego ele concordou em pagar.

A tarde o sorveteiro da esquina lhe entregou 100 picolés, que venderia a R$ 1, 00 cada, caso vendesse todos ganharia R$ 20, 00. No percurso da venda ele encontrou com alguns garotos grandões que lhes fez dar 6 picolés. No fim da tarde, ele voltou para sorveteria sem nenhum picolé, mas teria que pagar os 6 picolés que lhes tomaram. Logo ele levaria para casa apenas R$ 14, 00. Mas ao passar em frente à padaria do seu Joaquim, lembrou-se que sua mãe adorava bolachas de canela, então entrou e comprou 6 bolachas a R$ 0, 20 cada.

Pierre chegou a sua casa meio triste com os prejuízos que teve durante aquela sexta-feira treze, mas enquanto tomava o café que sua mãe prepara, com as bolachas que trouxe, fazia seus cálculos comparando seus lucros e prejuízos, sua mãe o fez entender que nem todos os dias são iguais e que mesmo quando temos um dia não tão bom quanto gostaríamos, precisamos agradecer a Deus por novos dias que virão, por termos um lar e uma família que nos ama. E que nem sempre as sextas-feiras treze serão carregadas de azar ou mau agouro, pois elas também podem ser saturadas de momentos felizes.

Rose Glécia
Enviado por Rose Glécia em 19/06/2016
Reeditado em 19/06/2016
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