Lucerente
Estava em casa, abriu a porta.
Era noite. Parado, na frende de casa,
lhe apareceu, flutuando na altura dos olhos,
uma pequena e pouco brilhosa bolinha de luz.
Decidiu esticar o braço e toca-la, a luz parecia se
afastar, quando caminhou em direção a ela
com o braço erguido... ela se afastava.
Caminhava e caminhava, sempre tentando
toca-la. Até que numa certa distancia
a luz se dividiu em duas e seguiram
caminhos ambíguos. Foi quando
optou pelo caminho que levava a luz da direita,
muito semelhante a que acabara de abandonar.
Se afastava mais e mais da sua casa, da outra luz.
Continuou sua caminhada, braço erguido.
Foi assim durante um bom tempo. Seguindo o que parecia
inalcançável. Em um determinado ponto
a luz sempre se dividia e era assim por todo
percurso.
Quando caiu em si, notando o quanto havia se afastado
de sua casa, das luzes que abandou, parou de andar,
a luz aparentou o mesmo, não se mexiam.
Então, com o braço cansado, já estressado e impaciente,
decidiu voltar todo aquele caminho percorrido,
regressar para sua casa. Chegando, deitou-se
em sua poltrona, pegou uma cerveja - na qual deu uma golada
aliviante - e pensou:
- Melhor esperar o Sol!