De anjos e realidade...

Não sei o porquê, mas como muitos, por vezes o que se refere a anjos desperta minha atenção.

E essa fascinação só aumentou, quando numa noite me deparei com algo que se mexia entre algumas caixas na volta de meu serviço para casa.

Eram mais ou menos dez e meia da noite e as ruas desertas pelo frio, acovardava os boêmios e só era enfrentada pela obrigação do trabalho.

A verdade, é que a princípio vi umas asas que saiam por um espaço mal iluminado.

Tomei coragem e afastei alguns embrulhos. Tudo para resgatar aquele pequenino ser, que pensei ser um passarinho.

Enquanto afastava o que me distanciava da minha descoberta, mais difícil se tornava eu chegar até - o passarinho.

Até que cegamente o alcancei... e já receosa e com medo do local deserto sem muita atenção embrulhei o passarinho para sua proteção contra o frio e o coloquei bem quentinho dentro de minha blusa.

A caminho de casa podia até ouvir as batidas de seu coração e pensei:

- Deve ser o susto que acelerou o seu coração, coitadinho!

E qual não foi o meu susto ao chegar em casa?

Quando fui colocá-lo numa almofada, para ver se estava machucado, ou desidratado?

- Não era um pássaro.

- Era um anjo!

- Como assim, pensei, tão pequenino?

E ele me explicou, que sua metamorfose era para ele não ser descoberto, pois tinha uma missão especial:

Resgatar a inocência das crianças que hoje ficavam adultas antes da hora. E incapazes de ver o futuro com bons olhos, estavam suscetíveis

às forças do mal.

Achei bem lógica a sua explicação. Passamos boa parte da noite tagarelando sobre o céu e a terra e após um lanchinho - pois acreditem, anjos também se alimentam - fomos dormir.

Só que no dia seguinte, tive mesmo foi uma decepção:

Meu anjo, tal uma imaginação, não estava mais ali.

Então pensei ser somente um sonho e esquisitice minha e fui fechar a janela, pois ventava muito. E então, entre as cortinas pude ver uma peninha branca, caída no chão.

E aí ficou a dúvida: De anjos e realidade ... é só sonho...?

anna celia motta
Enviado por anna celia motta em 01/11/2016
Reeditado em 01/11/2016
Código do texto: T5809237
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