Encantarias amazônidas
Sonhei que um rio de negror intenso me abraçava. Nos embalos das águas tranquilas, eu repousava no mais profundo leito. Era peito de uma Mãe.
Revirei-me. Logos as águas agitaram-se. —Shh, mamãe não gosta de barulho!
Houve um estrondo nas profundezas das águas nebulosamente negras. Não temi, mas fechei meus olhos, e com muita calma eu senti, minha Mãe me envolver com seu corpo de urutu (robusto e frio) como quem enlaça uma presa.
No entanto, notei que Mamãe me defendeu. Enovelou-se, e assim, brotou uma parede de treze voltas.
Bem no recôndito das águas eu serenei. Ah, Gracejei! Eternizei no abraço alongado de
uma Senhora.