A sombra.

Antigamente ela era uma mulher normal.
Sua sobra obediente, seguia seus passos, até um pouco indiferente.
Até que um dia se assustou. Para dar o flagra, virou-se num repente.
Os cabelos da nuca ficaram ouriçados e os braços arrepiados.
A sombra simulava uma fuga pela esquerda, sorrateira.
Olha para os lados assustada, todos estavam com suas sombras alinhadas.
Apressa o passo, quer chegar em casa, estar a salvo de uma tragédia.
A cada passo, a sombra ri-se dela, ora dançando, ora diminuindo de tamanho.
Desesperada, começa a correr, precisa chegar em casa logo.
A sombra diminuindo a cada passo.
Resolve parar. Estática e com medo, vira-se mais uma vez.
A sombra parece estar normal, como a de todos os outros.
Imóvel fica, o improvável aconteceu e a sombra venceu.
Está até hoje parada no mesmo lugar, só ossos, vegetações e flores se desenvolveram nos buracos do que sobrara do corpo.
A sombra conserva sua forma antiga.
A sombra sorri.
Sombras vivem e se alimentam das vidas dos seus inquilinos.
Jeanne Geyer
Enviado por Jeanne Geyer em 28/01/2021
Código do texto: T7170407
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