1171-ESTUDANDO FRANCÊS

ESTUDANDO FRANCÊS

(SONHO)

Apresento-me jovem, talvez com 18 anos. Estou preparando-me para a última prova de francês em um curso de faculdade.

Não frequentei as aulas durante o ano e portanto, nada estudei. Desanimado, nem quero fazer a prova e desistir de tudo.

O prédio da faculdade mais parece uma escola publica primária; as paredes sem reboco, exibindo tijolos mal assentados, os corredores escuros, com ar de mistério.

Em um pátio interno estou de pé ante um pequeno robô na forma de formiga do tamanho de um tatu com um prato luminoso de vinte centímetros de diâmetro sobre a cabeça. Ao mesmo tempo que irradia a luz, emite uma fumaça odorífera, de incenso queimando, e diz frases de ajuda e incentivo. Uma ajuda exotérica.

Virgilio (Machado) que está ao meu lado assiste a cena e sorri com desdém. O robô parte, rastejando-se para um canto escuro e apagando sua luz.

Entro no edifício e encontro Dona Marocas, minha professora do curso primário, linda como quando era minha mestra. Veste um vestido tipo tubinho, vermelho escuro com sombras de cor coral, brilhante (de seda?), um encanto.

Ela me questiona sobre minha aflição e imediatamente quer me ensinar alguma coisa de francês. Não há sala de aula disponível, todas estão fechadas.

Ela me conduz a uma reentrância na parede mas não dá certo. Olha para uma mesa redonda no corredor, vira-a de pernas pro ar.

A parece Deisa, minha professora de inglês na ETIMIG, por volta de 1983/84 gorda e rindo, como era seu jeito.) Sentamos sobre o tampo invertido da mesa , quase no chão. Dona M. está então envolta em um fofo casaco de peles, eu me inclino, deitando minha cabeça em seu colo, num doce aconchego. O sonho termina quando todos estamos sorrindo e felizes.

ANTONIO ROQUE GOBBO

O SENHOR DOS CONTOS

Belo Horizonte, 18 de abril de 2022

Conto # 1171 da Série

INFINITAS HISTÓRIAS

Antonio Roque Gobbo
Enviado por Antonio Roque Gobbo em 15/08/2023
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