Amante Aprendiz
Desde que fostes embora,
Que cá fiquei moribundo,
Vagando qual vagabundo,
Por este mundo afora,
Imaginando a qualquer hora,
Encontrar teu coração,
E nessa alucinação,
Inda sentir teu calor,
Se eu tivesse o teu amor,
Não vivia na solidão.
Amar assim como te amo,
Como amigo e como amante,
Me traz o peito ofegante,
E a todos os deuses clamo,
Pois moribundo te chamo,
Mesmo que seja em vão,
Vem me tirar dessa aflição
E aplacar minha dor,
Se eu tivesse o teu amor,
Não vivia na solidão.
Lânguido e sem preconceito,
É esse o amor da minha vida,
Mas confesso minha querida,
Que a saudade corrói meu peito,
Padecendo do amor desfeito,
Por não ter mais emoção,
Sendo que a separação,
Foi de amargoso sabor,
Se eu tivesse o teu amor,
Não vivia na solidão.
Lembro teus cabelos a brilhar,
Reluzentes da cor do sol,
Raios de luz no arrebol,
Estrelas cobrindo o mar,
Clareando a vaga a desabrochar,
Sobre a profunda amplidão,
Grande obra da criação,
És a estrela guia do viajor,
Se eu tivesse o teu amor,
Não vivia na solidão.
Lembro tua tez aveludada;
Esses teus olhos castanhos,
De beleza e encantos tamanhos;
Ter tua boca delicada;
Ouvir tua voz afinada,
Doce sem comparação;
És a eterna canção,
Do poeta sonhador,
Se eu tivesse o teu amor,
Não vivia na solidão.
Sei que este poema te diz,
Que te amei com tanto zelo,
Mas fostes o pesadelo,
Deste amante aprendiz,
Que tu fizeste infeliz,
Qual um servo na prisão,
Que não sente a viração,
Deste mundo encantador,
Se eu tivesse o teu amor,
Não vivia na solidão.