Eu sei que todos gostamos de romantismo
Mas as estórias da vida também são importantes
Pois são feitas da coragem e de heroísmo

A nossa estória se passa lá no sertão
Uma batalha nos campos inóspitos da vida
Entre uma perigosa cobra e o velho gavião

Assim, permitam-me contar como é
Uma batalha da temível cascavél
Com o implacável,  Gavião Pinhé

Logo todos prenderam a respiração
Pois naquela grande batalha 
A derrota era fatal, não tinha perdão

No Angico seco, o gavião afiou o bico,
A cobra enrodilhada, aguçou a vista
No céu prestava atenção

O gavião deu um voo, um rodopio no ar
Desceu como uma flecha sobre ela
A cobra achatou a cabeça, pronta p/ lutar

O gavião deu rasante com unhas de facão
A cobra furtivamente, recuou a cabeça 
Suas garras rasgaram o solo, viu-se o poeirão 

O ataque impreciso deu vantagem à cobra
Com a cabeça recuada, deu um bote certeiro  
Uma picada aguda, o gavião mudou a manobra

Ele dá um salto para cima, a cobra é surpreendida
Ao descer, enfia-lhe as garras na cabeça dela
Um golpe tão preciso, acabou com sua vida!

Tendo agora sob suas garras, a cobra abatida
O gavião retornou para o alto do angico seco
Para devorar a poderosa inimiga vencida!

Porém ele não contava, o veneno se espalhou
Seus músculos se estiraram sem controle
De suas garras trêmulas, a presa se soltou

Aturdido com o efeito do temível veneno
O grande falcão,outrora dono dos céus
Parecia agora, atordoado e pequeno

Confuso, não mais tinha o que tivera de sobra
A destreza descomunal.... ele tenta fugir...
Descontrolado, despenca morto sobre a cobra !

Celio Govedice
Enviado por Celio Govedice em 15/06/2008
Reeditado em 15/03/2023
Código do texto: T1035317
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