A PROMETIDA
Era festa de casório
O lugar era notório
Lá pras bandas do sertão
Onde só tem gente séria
Onde o jeca faz miséria
Quando pega o violão
Casava a filha do Zé
Com o filho do sô Mané
Prometida desde então
Quando a filha do jumento
Comprada do Chico Bento
Caiu em um boqueirão
Sô Mané cheio de presteza
Botou as cartas na mesa
_Eu vou te emprestar meus bois
Pra modo de puxar sua mula
Mas óia lá que ocê pula
Fora do trato depois
_Que trato ocê tá falando?
_Casar sua filha e meu filho
Será que num tá escutando
Ô eu tô falando grego
Depois da quebra do milho
Mas até lá é segredo
E o Zé que era apegado
Demais com aquela guria
Viu-se então obrigado
A fazer o que não queria
Porque a besta de sela
Não tanto quanto a donzela
Mas quase o mesmo valia
Casou-se assim a menina
Que era tão gente fina
Com o matuto do João
E desse trato dos dois
Só muito tempo depois
Vieram a saber então