NO MÉICADO MUNICIPÁ...- Homenagem do poeta Bob Motta, ao Mercado Municipal da cidade de São Paulo-SP.

LÁ NO MÉICADO CENTRÁ...

Literatura de Cordel

Autor: Bob Motta

N A T A L – R N

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Tem um lugá in Sumpaulo,

qui “amufumbei” na memóra;

e qui mêrmo qui eu num quêra,

faiz parte da minha históra.

Quando eu nôvo e munto ativo,

no Cursinho Objetivo,

matava aula e ia prá lá;

p’ro cenáro primoroso,

prá lá de maraviôso,

NO MÉICADO MUNICIPÁ.

Meus pasto era puralí,

puros butéco do Bráis.

Cantina Balila, o Gígio,

Dez Sessenta e ôtos mais.

Na caçada da Igreja,

assisti munto ais pelêja,

dais “muquirana” a rodá;

ais bolsa, atráis duis “criente”,

mais eu só tava contente,

NO MÉICADO MUNICIPÁ.

Pru quaiqué porta é entrada;

se vê tudo do Brazí.

Leste a oeste, sul a norte;

do Oiapoque ao Chuí.

Tudo o qui é “cumiduria”,

lhe juro in minha poesia,

qui você vai incontrá;

derna da jabuticaba,

pêssego, pinha ô goiaba,

NO MÉICADO MUNICIPÁ.

Morango, uva, mangaba,

cajú, manga, sapoti,

tem inté “fruita de páima”,

qui vai do meu Carirí.

Piquí, groséia, pitanga,

acerola, cajá-manga,

tem castanha do Pará;

Fruita do Brazí intero,

e tombém do istrangêro,

NO MÉICADO MUNICIPÁ.

Lá tem prá todos uis gôsto,

todo tipo de “mangái”.

Raiz e casca de pau,

qui na “garrafada”, vai.

Apetrêcho de cunzinha,

tem pinico, tem quartinha,

agúia de palombá;

todo tipo de sacola,

tem churrasquêra e gaiola,

NO MÉICADO MUNICIPÁ.

Todo tipo de cocada,

de guloseima e de doce.

Tem puxa-puxa e geléia,

qui o cabra grita: Danô-se!

Bala de côco, aifiníin,

pasté de Belém, docíin,

prá nóis se deliciá;

tem doce de abacaxi,

de girimum, de caquí,

NO MÉICADO MUNICIPÁ.

Tem a mistura dais raça,

tem todo tipo de gente,

tem caipirinha, refresco,

tem raspadinha e aguardente.

Wisky, licô, refrigerante,

todo tipo de ispumante,

tem o suco naturá;

cinzano, rabo de galo,

panela, sino e badalo,

NO MÉICADO MUNICIPÁ.

Tem bacaiáu, azeitona,

tem pimenta calabreza,

tem tudo prá fêjuada,

tem castanha purtuguêsa.

Todos quêjo brasilêro,

tem também duis istrangêro,

prumode a gente prová;

tem um quêjíin, bom danado,

redondíin e apimentado,

NO MÉICADO MUNICIPÁ.

Tem tremóço, aicaparra,

tem côve frô, tem pipino,

tudo qui é de difumado,

víin do Porto e azeite fino.

Tem o chôriço saigado,

o prisunto afatiado,

ô ainda pru afatiá;

cumida gostosa e bela,

pão francêis cum mortadela,

NO MÉICADO MUNICIPÁ.

O pão francêis bem fresquíin,

ainda quente e crocante,

mortadela bolonhêsa,

cortada naquele instante.

O intaliano perpara,

o pão, cum jeito, iscancára,

num verdadêro rituá;

e no pão, êle isparrama,

perto de trezentas grama,

NO MÉICADO MUNICIPÁ.

Tem orégano, cumíin,

tem fava, tem fêjão branco,

fêjão gordo, mulatíin,

caixa otomático, do banco.

Farinha de mandioca,

farinha de tapióca,

lá de Belém do Pará;

éivía disidratada,

sardinha in óleo, inlatada,

NO MÉICADO MUNICIPÁ.

Tem inchôva, tem aliche,

camarão fresco e torrado,

tem polvo, arráia e lula,

tôda ispécie de pescado.

Tem marisco, mexilão,

tem lagôsta e aguião,

tem surubim, tem cará;

pintado, galo do arto,

dêxa o ixigente farto,

NO MÉICADO MUNICIPÁ.

Tem abobrinha e bringela,

beterraba, agrião,

tem chucrute, tem mantêga,

e ais coisa do meu sertão.

Tem simente de linhaça,

lichia, banana passa,

acarajé e abará;

tem murcía branca e prêta,

tem o carurú porrêta,

NO MÉICADO MUNICIPÁ.

Tem xáique no áio e óleo,

tem farofa de bolão,

carne de só nordestina,

tem o tutú de fêjão.

Galinha de capuêra,

e você faiz sua fêra,

sem ninhum tróço fartá;

meu fíi, você vira e mexe,

de Sumpaulo a Marraquexe,

NO MÉICADO MUNICIPÁ.

Tem cumida intaliana,

tem cumida purtuguêsa,

tem cumida do oriente,

um país in cada mesa.

Tudo isso, meu amigo,

preste atenção ao qui digo,

voirmicê, vai se topá;

tu vai vê coisa bunita,

durante a tua visita,

NO MÉICADO MUNICIPÁ.

Intonce, indo à Paulicéia,

uma parada obrigatóra,

acunsêio qui você faça,

no cenáro dessa históra.

Lhe digo mais, cumpanhêro:

Reséive tempo e dinhêro,

dispusição prá gastá;

cumendo tudo e comprando,

o qui tu fô incontrando,

NO MÉICADO MUNICIPÁ...

Autor: Roberto Coutinho da Motta

Pseudônimo Literário: Bob Motta

Da Academia de Trovas do RN.

Da União Brasileira de Trovadores-UBT-RN.

Do Instituto Histórico e Geográfico do RN.

Da Comissão Norte-Riograndense de Folclore.

Da União dos Cordelistas do RN-UNICODERN.

Da Associação dos Poetas Populares do RN-AEPP.

Do Instituto Histórico e Geográfico do Cariry-PB.

E-mail: bobmottapoeta@yahoo.com.br

Sites:WWW.bobmottapoeta.com.br

WWW.recantodasletras.com.br/autores/bobmottapoeta

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Bob Motta
Enviado por Bob Motta em 19/01/2009
Reeditado em 26/01/2009
Código do texto: T1393763
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