UM CANTO TRISTE
 
Eu canto o dia que nasce
Cheio de sol e calor,
Eu canto a realidade
Eu vivo a cantar o amor.
Eu canto as horas das tardes,
Mesmo o sol abrasador,
Mas canto a felicidade
Da abelha sugando a flor.
 

Eu canto a noite estrelada
Que o céu ornamentou
Também canto as serenatas
Nas noites de um trovador.
Canto até minha saudade
Composta como canção
E faço da dor meu canto
Ao cantar a solidão.


Eu canto até a tristeza,
Canto o pranto, canto a dor,
Canto até os desenganos
Da vida que já passou.
Canto uma lágrima que cai
Sem sal, sem doce ou sabor
E os espinhos que nascem,
Para proteger a flor.
 

Por entre as dores da vida
Sigo meu canto de paz,
Cantando a dor esquecida
Dos sonhos do nunca mais.
Canto a luz que embriaga,
Tento transformar a dor,
Mas a canção se apaga
Nos lábios do desamor.

Brasília, DF
Registrado na Biblioteca Nacional